depois da inspiração não vir
a vontade escrota de escrever me força:
um pedacinho de nada sem açúcar
e não me venha com papo de
zero cal
divagações concretas concretudes abstratas
e um copo vazio está
cheio de ar
cheio de ar
30.10.08
29.10.08
atravesse na faixa
-sabia que ninguém consegue lamber o próprio cotovelo?
- oi ?
- ninguém consegue lamber o proprio cotovelo
(ela ri)
- eu não vou tentar
- sério.ninguém consegue.num é maluco pensar que tem uma coisa que ninguém sabe fazer ?
- alguém deve saber lamber o cotovelo
- não.niguém
-ta
(ela não quer mais falar com ele)
-com que pé você sai ?
- o que ?
- com que pé você sai quando vai atravessar a rua ?
- com que pé eu saio quando vou atravessar a rua?sei la.nunca pensei
- é.todo mundo sai com o pé esquerdo
- alguém deve sair de pé direito
- ninguém
(pequeno silêncio)
-você é linda sabia ?
(ela meio sem jeito, mas mexida)
-obrigada
-quer tomar um café ?
(ela ia dizer sim.o sinal abriu.num impulso ela atravessou a rua saindo com o pé esquerdo)
- pé esquerdo(ele gritou )
(ela riu vaidosa.voltou pro trabalho.no elevador,discretamente abriu dois botões da blusa
- pra valorizar o decote(pensou, e deixou escapar um sorriso, que o ascensorista pensou ser pra ele)
:
-sabia que ninguém consegue lamber o próprio cotovelo?
- oi ?
- ninguém consegue lamber o proprio cotovelo
(ela ri)
- eu não vou tentar
- sério.ninguém consegue.num é maluco pensar que tem uma coisa que ninguém sabe fazer ?
- alguém deve saber lamber o cotovelo
- não.niguém
-ta
(ela não quer mais falar com ele)
-com que pé você sai ?
- o que ?
- com que pé você sai quando vai atravessar a rua ?
- com que pé eu saio quando vou atravessar a rua?sei la.nunca pensei
- é.todo mundo sai com o pé esquerdo
- alguém deve sair de pé direito
- ninguém
(pequeno silêncio)
-você é linda sabia ?
(ela meio sem jeito, mas mexida)
-obrigada
-quer tomar um café ?
(ela ia dizer sim.o sinal abriu.num impulso ela atravessou a rua saindo com o pé esquerdo)
- pé esquerdo(ele gritou )
(ela riu vaidosa.voltou pro trabalho.no elevador,discretamente abriu dois botões da blusa
- pra valorizar o decote(pensou, e deixou escapar um sorriso, que o ascensorista pensou ser pra ele)
:
direto da geladeira
desejo:
pra bebê,colo de mãe. pra mãe,riso de filho.pros cabelos,vento.pra chuva,pára brisa.pra brisa,rede.pros olhos,paraísos.pra isolados,visita.pra visita,atenção.pra teimosia,não.pra adolescente,chão.pra adulto,ser criança.pra sobreviver,trabalho.pra trabalho,pagamento.pra pobreza,justiça.pra cima,elevador.pra baixo,tobogã.pra casados,liberdade.pra solteiros,companhia.pra companhia,uma boa pessoa.pra pessoas em geral,alegria.pra coisas,nomes.pra menina,cor de rosa.pra flor, um regador.pra dor,anestesia.pra prazer,suspiros.pras mãos,apertos
adriana falcão
pra bebê,colo de mãe. pra mãe,riso de filho.pros cabelos,vento.pra chuva,pára brisa.pra brisa,rede.pros olhos,paraísos.pra isolados,visita.pra visita,atenção.pra teimosia,não.pra adolescente,chão.pra adulto,ser criança.pra sobreviver,trabalho.pra trabalho,pagamento.pra pobreza,justiça.pra cima,elevador.pra baixo,tobogã.pra casados,liberdade.pra solteiros,companhia.pra companhia,uma boa pessoa.pra pessoas em geral,alegria.pra coisas,nomes.pra menina,cor de rosa.pra flor, um regador.pra dor,anestesia.pra prazer,suspiros.pras mãos,apertos
adriana falcão
28.10.08
discordâncias
e a vontade da não calar
começou muito estranho
sabe aquele limite entre a brincadeira e o falar serio?
quando não se tem certeza de nada e nem "coragem" de perguntar: vem cá, é isso mesmo?
e assim foi andando
as brincadeiras quase virando mordida
o não querendo vestir sim
coincidencias ou não, gostavam das mesmas coisas
encontraram-se no cinema,por acaso.
café antes de começar o filme e sorrisos
pipoca durante
enfim, não se passa impune a um filme bom:
cerveja depois e mais sorrisos
no fim da noite, na despedida,pararam de rir.se olharam e a vontade de ambos
ja tava nua ali, na frente dos dois.com os olhos intensos e linkados:
- então tchau
- melhor não, né?
- acho que sim
- eu queria
- eu também
- então
- tem umas vontades que é melhor a gente fingir que não tem
ligou o carro e foi embora discordando
:
e a vontade da não calar
começou muito estranho
sabe aquele limite entre a brincadeira e o falar serio?
quando não se tem certeza de nada e nem "coragem" de perguntar: vem cá, é isso mesmo?
e assim foi andando
as brincadeiras quase virando mordida
o não querendo vestir sim
coincidencias ou não, gostavam das mesmas coisas
encontraram-se no cinema,por acaso.
café antes de começar o filme e sorrisos
pipoca durante
enfim, não se passa impune a um filme bom:
cerveja depois e mais sorrisos
no fim da noite, na despedida,pararam de rir.se olharam e a vontade de ambos
ja tava nua ali, na frente dos dois.com os olhos intensos e linkados:
- então tchau
- melhor não, né?
- acho que sim
- eu queria
- eu também
- então
- tem umas vontades que é melhor a gente fingir que não tem
ligou o carro e foi embora discordando
:
27.10.08
imagine um puta antes
After.
1 lata de leite condensado
1 colher de sopa de margarina sem sal
7 colheres de sopa de Nescau ou 4 colheres de sopa de chocolate em pó
chocolate granulado para fazer bolinhas
modo de preparo
coloque em uma panela funda o leite condensado, a margarina e o chocolate em pó.
cozinhe em fogo médio e mexa sem parar com uma colher de pau.
cozinhe até que o brigadeiro comece a desgrudar da panela.
deixe esfriar bem, então unte as mãos com margarina, faça as bolinhas e envolva-as em chocolate granulado e bom apetite
pra depois!
:
After.
1 lata de leite condensado
1 colher de sopa de margarina sem sal
7 colheres de sopa de Nescau ou 4 colheres de sopa de chocolate em pó
chocolate granulado para fazer bolinhas
modo de preparo
coloque em uma panela funda o leite condensado, a margarina e o chocolate em pó.
cozinhe em fogo médio e mexa sem parar com uma colher de pau.
cozinhe até que o brigadeiro comece a desgrudar da panela.
deixe esfriar bem, então unte as mãos com margarina, faça as bolinhas e envolva-as em chocolate granulado e bom apetite
pra depois!
:
26.10.08
25.10.08
com todas as setas apontando um futuro de coisas inexplicáveis. um futuro onde tudo serve.qualquer coisa é legal.se tem um minimo de desprendimento e carisma,ja serve
quando todos os olhares estão concentrados nisso,
me afasto
me pego com as palavras
a simplicidade e o prazer das palavras
e o resto, sinceramente,perfumaria
quando todos os olhares estão concentrados nisso,
me afasto
me pego com as palavras
a simplicidade e o prazer das palavras
e o resto, sinceramente,perfumaria
23.10.08
a goiabeira de são pedro
(o amor e suas[primeiras]quedas)
debaixo de um pé de goiaba,ja começava a cair o sol, cinco e pouco
os dois fartos de comer fruta
cansados,extenuados e sem vontade de voltar pra casa
clariceeeeeee - ouviu a voz da mãe chamando
- eu tenho de ir. minha mãe ta me chamando
- ah, não vai não.
-tenho de ir.tchau
e saiu saltitante, a bela menina de olhos claros.
- peraí - gritei num súbito de coragem
ela parou
- eu acho que se você for agora, eu nunca mais vou te ver - confesso que não sei de onde saiu aquilo
ela me olhou, deu o sorriso mais bonito e sincero que ja vi até hoje e me disse singela: nunca mais é muito tempo. eu volto na semana santa.
aquilo me deixou nas nuvens.me bateu num lugar que eu não tinha ideia como era. um menino de nove, dez anos encontrando pela primeira vez algo parecido com amor.lembro que fiquei uma semana pensando nela, duas semanas, três, quatro,sei la não lembro ao certo, mas enfim veio a semana santa. são pedro,la fomos nós.pai, mãe,irmão e
eu fiquei na porta da minha casa fingindo que brincava de alguma coisa, com pedras, não lembro. tava ali espreitando pra ver quando ela ia chegar. surgiu na esquina o carro dela. chegaram!
o carro estacionou e a clarice não saiu de lá. noutro súbito de coragem(que não trago mais) perguntei: a clarice não vem dona angela?
- não tatá, ela ficou com o pai no rio
- mas ela falou que vinha...
fiquei triste, sofri. pela primeira vez experimentva o amor e suas quedas.um misto de saudade e me sentir traído.se ela não vinha, por que falou...e uma pedrinha desviou minha atenção.a vida dava mostra de que essas coisas são assim mesmo: uma menina mais velha, devia ter uns treze anos, que me olhava brincar com as pedras, começou a brincar comigo,jogar pedras, como se fossem bola de gude.nos divertimos,corremos,sorrimos,gargalhamos fazendo careta, brincamos e por alguns momentos eu realmente esqueci a clarice. quando ja começava a cair o sol, cinco horas mais ou menos,eu falei:
você gosta de goiaba?
vamu na goiabeira?
:
(o amor e suas[primeiras]quedas)
debaixo de um pé de goiaba,ja começava a cair o sol, cinco e pouco
os dois fartos de comer fruta
cansados,extenuados e sem vontade de voltar pra casa
clariceeeeeee - ouviu a voz da mãe chamando
- eu tenho de ir. minha mãe ta me chamando
- ah, não vai não.
-tenho de ir.tchau
e saiu saltitante, a bela menina de olhos claros.
- peraí - gritei num súbito de coragem
ela parou
- eu acho que se você for agora, eu nunca mais vou te ver - confesso que não sei de onde saiu aquilo
ela me olhou, deu o sorriso mais bonito e sincero que ja vi até hoje e me disse singela: nunca mais é muito tempo. eu volto na semana santa.
aquilo me deixou nas nuvens.me bateu num lugar que eu não tinha ideia como era. um menino de nove, dez anos encontrando pela primeira vez algo parecido com amor.lembro que fiquei uma semana pensando nela, duas semanas, três, quatro,sei la não lembro ao certo, mas enfim veio a semana santa. são pedro,la fomos nós.pai, mãe,irmão e
eu fiquei na porta da minha casa fingindo que brincava de alguma coisa, com pedras, não lembro. tava ali espreitando pra ver quando ela ia chegar. surgiu na esquina o carro dela. chegaram!
o carro estacionou e a clarice não saiu de lá. noutro súbito de coragem(que não trago mais) perguntei: a clarice não vem dona angela?
- não tatá, ela ficou com o pai no rio
- mas ela falou que vinha...
fiquei triste, sofri. pela primeira vez experimentva o amor e suas quedas.um misto de saudade e me sentir traído.se ela não vinha, por que falou...e uma pedrinha desviou minha atenção.a vida dava mostra de que essas coisas são assim mesmo: uma menina mais velha, devia ter uns treze anos, que me olhava brincar com as pedras, começou a brincar comigo,jogar pedras, como se fossem bola de gude.nos divertimos,corremos,sorrimos,gargalhamos fazendo careta, brincamos e por alguns momentos eu realmente esqueci a clarice. quando ja começava a cair o sol, cinco horas mais ou menos,eu falei:
você gosta de goiaba?
vamu na goiabeira?
:
22.10.08
21.10.08
demanhã
é assim mesmo
era meu livro de contos que eu via descendo as escadas/ ela saiu correndo assustada com tudo aquilo/eu ja não queria mais impedi-la/quer ir, vai -pensei comigo/ela não entendeu nada do que falei antes/ela levou tudo pro outro lado/e eu não tinha a menor paciência de dizer:não é nada disso/é isso que você acha?tudo bem, faz o que você quiser- falei pra ela/ela me olhou da porta, chamou o elevador/sabe que se eu for agora não volto mais né?nem telefone/entende isso?-ela me disse com a assertividade de um político poderoso/eu falei:faz o que você achar melhor/o elevador chegou, ela abriu a porta e disse tchau/o elevador desceu, ela foi embora/era o meu livro de contos que descia/as escadas/foi melhor/melhor um livro que dá tchau do que um sorriso meio amarelo de manhã/
é assim mesmo
era meu livro de contos que eu via descendo as escadas/ ela saiu correndo assustada com tudo aquilo/eu ja não queria mais impedi-la/quer ir, vai -pensei comigo/ela não entendeu nada do que falei antes/ela levou tudo pro outro lado/e eu não tinha a menor paciência de dizer:não é nada disso/é isso que você acha?tudo bem, faz o que você quiser- falei pra ela/ela me olhou da porta, chamou o elevador/sabe que se eu for agora não volto mais né?nem telefone/entende isso?-ela me disse com a assertividade de um político poderoso/eu falei:faz o que você achar melhor/o elevador chegou, ela abriu a porta e disse tchau/o elevador desceu, ela foi embora/era o meu livro de contos que descia/as escadas/foi melhor/melhor um livro que dá tchau do que um sorriso meio amarelo de manhã/
20.10.08
18.10.08
viva o idiota
de férias de gente chata
preguiça do malandragem que antes de qualquer coisa: não!
sem saco praquele maluco que tem uma nuvem negra particular sobre a cabeça
relâmpagos e trovoadas,leva pra tudo que é canto
tédio de negozinho que só sabe dizer ai, será?!
porra,
me deixa ser idiota
me deixa pensar que vai dar certo,
ainda quero acreditar
deixa ser, só pra rir depois -que seja.
na boa,
me deixa
:
de férias de gente chata
preguiça do malandragem que antes de qualquer coisa: não!
sem saco praquele maluco que tem uma nuvem negra particular sobre a cabeça
relâmpagos e trovoadas,leva pra tudo que é canto
tédio de negozinho que só sabe dizer ai, será?!
porra,
me deixa ser idiota
me deixa pensar que vai dar certo,
ainda quero acreditar
deixa ser, só pra rir depois -que seja.
na boa,
me deixa
:
batente da porta
nenhum desses que me desenho
nenhum daqueles que me imaginam
nenhum eu aqui
incoerência de mim mesmo
todos
nem sempre ao mesmo tempo
viajante de estrada de chão
barro,pedra e poeira
as pegadas ficam no chão
caminho em frente
não olho pra trás
realmente nenhum desses que desenho
e
todos,numa estrada
barro,pedra e poeira
17.10.08
divagações entrevista
um sonho?
- um sonho? depilar o tony ramos todinho!
rosemary pinheiro
esteticista-depiladora
oito anos de serviços prestados no Poko Pelo
- um sonho? depilar o tony ramos todinho!
rosemary pinheiro
esteticista-depiladora
oito anos de serviços prestados no Poko Pelo
14.10.08
8.10.08
7.10.08
6.10.08
pane!
q é um cinzeiro q tu
motor de avião q não sei mexer
a volta q ainda não
por onde andou nesse quando?
caiu um ou uma asa com defeito
pra q uma coisa q não nada,pra q?
se não tem mais senão
e ainda assim vazar o oleo diesel,
gosto de fumaça na boca
e esse quas quas quas todo e muito mais
é uma acelerada q vem e fala
4.10.08
banho frio por que esse chuveiro, num sei não
água quente queimando a língua
A língua!
rir sem ter hora pra voltar
um imã daqueles do desenho do pica pau
aquela uva boa,sem caroço
queimada,essa carta de intenções:
contrato não assinado,firma reconhecida e duas testemunhas
jogou fora a teoria
rasgados, todos os livros de geografia
permitiu se esquecer de querer
qualquer explicação: técnicas e filosofias de quadro negro,decoradas
um tiranossauro rex com fome,tenha medo!
por que tem coisas que são maiores q isso
1313
água quente queimando a língua
A língua!
rir sem ter hora pra voltar
um imã daqueles do desenho do pica pau
aquela uva boa,sem caroço
queimada,essa carta de intenções:
contrato não assinado,firma reconhecida e duas testemunhas
jogou fora a teoria
rasgados, todos os livros de geografia
permitiu se esquecer de querer
qualquer explicação: técnicas e filosofias de quadro negro,decoradas
um tiranossauro rex com fome,tenha medo!
por que tem coisas que são maiores q isso
1313
2.10.08
uma pena
tomou o lugar
uma apenas
uma pena e não era de bicho
pombo,galinha, pavão, sei lá,não era
é uma pena e
veio devagar, planando que nem asa delta
lenta e absoluta
pousou sossego aqui no peito
pousou serenidade no telefone
calma nos olhos e pernas bambas
uma pena mesmo,isso
abriu uma caixa pequena enferrujada
uma pena,é
veio sabe-se lá de onde,sabe lá quem mandou
e assim abriu a porta, deixou entrar
um sopro de vento encanado pra enfim
respirar só e sem pena
só e sem pena
só e sem pena
só e sem pena
só apenas e fim
3120
tomou o lugar
uma apenas
uma pena e não era de bicho
pombo,galinha, pavão, sei lá,não era
é uma pena e
veio devagar, planando que nem asa delta
lenta e absoluta
pousou sossego aqui no peito
pousou serenidade no telefone
calma nos olhos e pernas bambas
uma pena mesmo,isso
abriu uma caixa pequena enferrujada
uma pena,é
veio sabe-se lá de onde,sabe lá quem mandou
e assim abriu a porta, deixou entrar
um sopro de vento encanado pra enfim
respirar só e sem pena
só e sem pena
só e sem pena
só e sem pena
só apenas e fim
3120
um caleidoscópio de óculos de grau
o frango de padaria e a espera
um senhor gordo e uma senhora de batom
um cachorro passando
uma senhora de uniforme
um atendente nordestino
um camelô angolano
uma rua sem carros
tempo parado e céu cinza
uma guarda municipal e o bloco de multas
um menino comprou um pião de madeira
caleidoscópio atemporal
cortiça de quarto de menina
fauna e flora exuberantes
compro e vendo ouro
uma mulher linda liga pro amante
tensão,atenção e tesão
calendário de provas
filme antigo num cinema vazio
459
o frango de padaria e a espera
um senhor gordo e uma senhora de batom
um cachorro passando
uma senhora de uniforme
um atendente nordestino
um camelô angolano
uma rua sem carros
tempo parado e céu cinza
uma guarda municipal e o bloco de multas
um menino comprou um pião de madeira
caleidoscópio atemporal
cortiça de quarto de menina
fauna e flora exuberantes
compro e vendo ouro
uma mulher linda liga pro amante
tensão,atenção e tesão
calendário de provas
filme antigo num cinema vazio
459
1.10.08
o futuro quase ali
(quando esse tal pra sempre durava mais de dez minutos)
ouvia histórias de casamentos de trinta, quarenta anos
via avôs e vovós de braço dado indo ao cinema nas tardes ensolaradas em copa
tinha notícia de amores eternos e quase ria-se disso
no museu, múmias de um casal que se amou até a morte.enterrados juntos
quando chovia, murmuravam ao pé do ouvido juras de pra sempre - as paredes do quarto
ouvia coisas quando caía a noite e tinha medo
lia nos livros, nas enciclopédias e nos sites de busca essas coisas do passado
comentava rindo com suas três mulheres:
- olha como era antigamente. comé que pode né?
:
(quando esse tal pra sempre durava mais de dez minutos)
ouvia histórias de casamentos de trinta, quarenta anos
via avôs e vovós de braço dado indo ao cinema nas tardes ensolaradas em copa
tinha notícia de amores eternos e quase ria-se disso
no museu, múmias de um casal que se amou até a morte.enterrados juntos
quando chovia, murmuravam ao pé do ouvido juras de pra sempre - as paredes do quarto
ouvia coisas quando caía a noite e tinha medo
lia nos livros, nas enciclopédias e nos sites de busca essas coisas do passado
comentava rindo com suas três mulheres:
- olha como era antigamente. comé que pode né?
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eu?
- tatá.
- to correndo.sempre pressa.meio atrasado.ligação perdida.olhar atento.desculpa o atraso.to indo embora.quer carona?aqui desse lado,aqui..assim mesmo.meu fluminense e meus desejos.um beijo do seu.eu aqui em qualquer lugar aqui, espaço pra vazão a idéias. ficção criando uma verdade pseudo pessoal. "eu quero uma verdade inventada"
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