divagações concretas concretudes abstratas

e um copo vazio está
cheio de ar

27.11.15


TETRIS OU DE ESCREVER


escrever durante muito tempo é um hábito que 
cultivo plantas em jarros e rego sempre
diferentes intensidades de escrever ao longo das diferentes fases uma vida inteira
vida essa intensa e frágil estranha e maravilhosa
diferentes quereres de escrever diferentes formas estéticas arte poesia e rock
de todas as coisas que me acalmam, escrever é a melhor delas




:


29.10.15

se todo mundo olhasse pros seus abismos
sem olhar os escombros dos outros...
a ansiedade ia ser mais branda.
a famosa grama do vizinho que brilha mais verde ia 
chatear menos.
e projetar seus monstros nos outros é covardia
é medo de enfrentar esse desconhecido intimo.
 maquiar seus monstros, seus deslizes, suas frustrações
sua pouca sabedoria sua incapacidade em lidar som seus próprios
vazios são isso mesmo
vazios

e a caravana sempre segue

:


15.7.15

SOMOS TODOS TANGERINAS!

Somos todos tangerinas do carrefour, isso sim!
Essa foto de gomos de tangerina numa bandeja de isopor com plástico filme por cima realmente
diz muito sobre nós, sobre a sociedade que vivemos e estamos construindo, uma sociedade preguiçosa, que sofre uma apatia gigante esperando o milagre que Deus nos enviará.
Depressão a galope, dor de pescoço  e catarata nos olhos por conta de nossos modernos smartphones, fumando maços e mais maços de cigarro afim de colocar algo significativo pra dentro de si.
Olhando a tv e imaginando, que merda a minha vida! Querendo o último i phone, a última festa, uma pulseira vip no braço, o último gole, a última noticia, a última polêmica do facebook, a última fotinha no insta.
Somos uma espécie de adolescente mimadinho que não consegue discutir seus problemas, não enxerga que o buraco é bem mais embaixo. Esse adolescente chato não pode ver que atrás  dessa empáfia existe um caminhão de problemas reais.
Esse adolescente se acustumou a se entupir de remédios, desde cedo,
 ritalina pra acalmar, educado pela televisão, videogames e sua babá de roupa branca branquinha.
Depois com mais experiência, o bom e velho rivotril pra poder sorrir pelo menos uma vez ao dia.
E remédios, muitos remédios pra crescer, pra suportar!
Diante da crise financeira que vivemos, o mercado que mais cresce é o farmacêutico, a indústria de remédios impera, lucra e sorri. A verdade é que somos uma sociedade doente comprando drogas e revistas pra colorir mandalas, por que alguém falou que isso
acalma..
Assim seguimos, condenando o que não conhecemos, amaldiçoando o crença alheia, rezando pra Deus que não acabe o sinal do wi-fi. Seguimos cruéis e sem argumentos, lendo apenas o enunciado e berrando verdades na janela, tomando remédio pra emagrecer, comprando todas as revistas de dieta, passando a vida tentando perder a barriga.
Somos um bonequinho velho e imundo de um ventríloquo aposentado.

Essa bandeja de tangerina do carrefour diz muito sobre nós e não, isso não é o fim do mundo,
é o capitalismo jogando na nossa cara, o adolescente babaca, preconceituoso, e preguiçoso que somos. E  que segue fingindo que nada está acontecendo, afinal de contas, amanhã é sexta, ele vai beber e pirar.
E esquecer.
Somos esse moleque preguiçoso adolescente que não consegue sequer descascar a tangerina,
dá muito trabalho.





:

14.6.15


poema do menino jesus

Num meio-dia de fim de primavera eu tive um sonho como
uma fotografia: eu vi Jesus Cristo descer à Terra.
Ele veio pela encosta de um monte, mas era outra vez
menino, a correr e a rolar-se pela erva
A arrancar flores para deitar fora, e a rir de modo a
ouvir-se de longe.
Ele tinha fugido do céu. Era nosso demais pra
fingir-se Segunda pessoa da Trindade.
Um dia que DEUS estava dormindo e o Espírito Santo
andava a voar, Ele foi até a caixa dos milagres e
roubou três.
Com o primeiro Ele fez com que ninguém soubesse que
Ele tinha fugido; com o segundo Ele se criou
eternamente humano e menino; e com o terceiro Ele
criou um Cristo eternamente na cruz e deixou-o pregado
na cruz que há no céu e serve de modelo às outras.
Depois Ele fugiu pro Sol e desceu pelo primeiro
raio que apanhou.
Hoje Ele vive na minha aldeia, comigo.
É uma criança bonita, de riso natural.
Limpa o nariz com o braço direito, chapinha nas poças
d'água, colhe as flores, gosta delas, esquece.
Atira pedras nos burros, colhe as frutas nos pomares,
e foge a chorar e a gritar dos cães.
Só porque sabe que elas não gostam, e toda gente acha
graça, Ele corre atrás das raparigas que levam as
bilhas na cabeça e levanta-lhes a saia.
A mim, Ele me ensinou tudo.
Ele me ensinou a olhar para as coisas.
Ele me aponta todas as cores que há
nas flores e me mostra como as pedras são engraçadas
quando a gente as tem na mão e olha devagar para
elas.
Damo-nos tão bem um com o outro na companhia de tudo
que nunca pensamos um no outro. Vivemos juntos os dois
com um acordo íntimo, como a mão direita e a esquerda.
Ao anoitecer nós brincamos as cinco pedrinhas no
degrau da porta de casa. Graves, como convém a um DEUS
e a um poeta. Como se cada pedra fosse todo o Universo
e fosse por isso um perigo muito grande deixá-la cair
no chão.
Depois eu lhe conto histórias das coisas só dos
homens. E Ele sorri, porque tudo é incrível. Ele ri
dos reis e dos que não são reis. E tem pena de ouvir
falar das guerras e dos comércios.
Depois Ele adormece e eu o levo no colo para dentro da
minha casa, deito-o na minha cama, despindo-o
lentamente, como seguindo um ritual todo humano e todo
materno 
Ele dorme dentro da minha alma. Às vezes Ele acorda de
noite, brinca com meus sonhos. Vira uns de pena pro ar,
põe uns por cima dos outros, e bate palmas, sozinho,
sorrindo para os meus sonhos.
Quando eu morrer, Filhinho, seja eu a criança, o mais
pequeno, pega-me Tu ao colo, leva-me para dentro da Tua
casa. Deita-me na tua cama. Despe o meu ser, cansado e
humano. Conta-me histórias caso eu acorde para eu
tornar a adormecer, e dá-me sonhos Teus para eu
brincar.




fernando pessoa

15.4.15

tudo quanto a gente pensa
tanto faz ou tanto fez 
tudo tudo tudo 
que a gente sente
ele cospe no 
chão
ditador maluco poderoso chefão
ele ignora as suplicas mais simples de quem fala a verdade simples(!)de gente que vive 
mas não
o rei,  dono do pedaço
o bã bã bã, o gostosão
não dá mole pra ninguém,
 a sua lei é a sua lei!
manda e desmanda. faz questão de fechar parques, gente junto pra que?
quem manda é que tem mais condições de mandar, profetiza de gravata e palitó
quem manda é o capital! que
sabe falar com falsa eloquência das coisas triviais
e a gente se cala
espera
 a gente se entrega com medo que a luz acabe de noite, é isso.
a gente se caga de medo de acabar a novela e não ter mais o que dizer



a gente é gado zé ramalho 

8.1.15

o amor é maior

deus não está nas religiões
ele está onde o amor está e ponto final. todo o resto é interpretação de texto, como aprendemos na escola.
Ivo viu a uva, lembra?!
só o amor pode salvar. e não o amor barato que vê-se nas propagandas nos jornais. o amor de verdade!
amor que salva, que chora que ri que vive!
(Ah, o mal do mundo é o capitalismo! )
as religiões deturpam tudo aquilo onde está deus.
uma energia que emana do coração para o bem uma força invisível que mantém a chama e o mistério da vida acesos
um atentado em nome de deus(ou alá ou sei la o nome que se queira dar) é um atentado a humanidade inteira.

o amor é maior!

eu?

Minha foto
to correndo.sempre pressa.meio atrasado.ligação perdida.olhar atento.desculpa o atraso.to indo embora.quer carona?aqui desse lado,aqui..assim mesmo.meu fluminense e meus desejos.um beijo do seu.eu aqui em qualquer lugar aqui, espaço pra vazão a idéias. ficção criando uma verdade pseudo pessoal. "eu quero uma verdade inventada"

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[alter]ego marginal

quantas?

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