divagações concretas concretudes abstratas

e um copo vazio está
cheio de ar

30.7.10

encontros




era sábado de manhã.
acordaram e sentiram vontade de uma taça de vinho.
nove e meia no relógio da cozinha.
depois do brinde sentiram vontade de ouvir uma música.
com aquela musiquinha,sentiram vontade de dançar.
fecharam a cortina da sala,ainda não tinha muito sol naquela manhã.
numa penumbra cor de laranja começaram a dançar gostosinho.
em silêncio.não diziam nada.
se olhando nos olhos, de um jeito em que os olhos falam muito alto,
se beijaram.
começaram a arrancar as roupas um do outro, de um jeito
cinema francês.
no i tunes entrou a música deles,o universo conspirava a favor.
até que,
um choro baixinho.
pausa entre os dois.
o bebê acordava no quarto.
combinaram um outro encontro na cozinha, no soninho de
depois do almoço do bebê

:

22.7.10

três coisas que não aguenta mais ouvir:
.goleiro bruno
.policial corrupto
.e esse barulho de obra no vizinho



:

13.7.10

escrever é dizer o que não tem
palavra
dar sentido as incoerências de
existir.
escrever é flertar com o
desconhecido da alma.









:
crescer não é facultativo!








:
silêncio
(pausa)
silêncio
(pausa)
silêncio
(pausa)

e voltaram a falar intimidades no sofá cama.






:
e tudo no final é uma repetição de
notícias antigas no jornal local de uma
cidade fantasma.
o vento uivando agudo no ouvido de
um velho índio.




:

7.7.10

deu no fantástico
(é grampo!)

_ então mano,o cara me trouxe aqueles limãozinho.
_limãozinho?
_é.aqueles abacaxizinho.
_abacaxi?
_é.
_ô mano,depois cê manda uma mensagezinha aqui pro papai que não tô entendendo não.
_aquelas laranjinha mano.umas laranjinha pequenininha assim.quem nem umas laranja.
_laranja?
_é.parece uns abacaxizinho pequeno papai.
_não to entendendo não.manda uma mensagezinha pra cá.não to entendendo o que cê ta falando.
(PAUSA)
_é granada papai.
_ah



.trecho de uma conversa de celular entre um traficante de dentro do presídio e um companheiro em
liberdade


:
bom mesmo é ter
a intimidade de ficar em
silêncio.




:

5.7.10

foi-se os tempos em que as recordações
eram guardadas num pedaço de papel e
imaginação.
a câmera digital assassinou o autógrafo.




:

eu?

Minha foto
to correndo.sempre pressa.meio atrasado.ligação perdida.olhar atento.desculpa o atraso.to indo embora.quer carona?aqui desse lado,aqui..assim mesmo.meu fluminense e meus desejos.um beijo do seu.eu aqui em qualquer lugar aqui, espaço pra vazão a idéias. ficção criando uma verdade pseudo pessoal. "eu quero uma verdade inventada"

leia me

outras divagações


[alter]ego marginal

quantas?

free counter