divagações concretas concretudes abstratas

e um copo vazio está
cheio de ar

31.5.08

tenho sorte.
ao menos tento forte mesmo que não acerte]
fazer do ócio, arte.
o tempo curto - corte.
sem vida - morte.
ferreira gullar

é só você

/com quanto
como pode
assim não dá
é só você

assim
como quem não quer nada
como quem come um pedaço de pão com queijo
como quem corre atrás de um miojo de galinha caipira

como quem corre de um cão babando
como uma folha de papel que vira gaivota e vai voar
como um saco plástico que vira pára quedas num minuano
como quem não sabe se morfossintaxe tem dois ésses
como quem nunca amou
como quem sentiu um dia vontade de matar
como quem nunca foi ao maracanã
como quem ainda não sabe a diferença entre o ser ou não ser
como quem chora só em silêncio
como quem anda sempre na contra mão

/com quanto
como pode
assim não dá
é só você

o mesmo que alegria
o mesmo que o sorriso dela
o mesmo que tem aqui
o mesmo que a vontade irresistível de pensar apenas
o mesmo que uma volta inteira da roda gigante
o mesmo que andar de mão dada
o mesmo que o meio

/com quanto
como pode
assim não dá
é só você]

crônicazinha e pequeno prólogo que desvenda o final


ele não vai cair. vai conseguir vencer a ladeira com sucesso. vento na cara e descobertas


correndo pro play o menino na sua tenra idade inocente. pedalando numa bicicleta vermelha, caloi cruiser.
acelerava pelo meio da rua e a voz da mãe tal qual um freio:
- não vai pra ladeira hein. não vai pra lá!
na cabeça de criança aquilo, claro, funcionou de modo contrário. lá foi ele pedalar até a grande ladeira no fim da rua. quase um L, a ladeira.
e como era instigante subir a pé carregando a bicicleta até o cume e de lá sentir uma sensação que mais tarde ia se descobrir refém.
lá do alto,subiu na bicileta.últimos ajustes. apertou o freio de trás pra ver se tava tudo direitinho e pronto,era hora de se jogar ladeira abaixo. um segundo antes de descer, pensou na mãe falando que não. forçou o pedal e lá foi ele. vento na cara e descida. adrenalina do descer e do não pode. pensava que só não podia cair, imagina o esporro que ia tomar da mãe. mil maravilhas, a ladeira acabando e ...
tudo correu bem. ele tinha um sorriso estampado no rosto, ja pensava que uma segunda descida seria muito legal.
até cruzar com uma menina que encantou o pequeno menino serelepe. não conseguiu tirar os olhos da bela e nova moradora do condomínio.ainda olhando pra trás, perdeu atenção ao pedalar.outra nova sensação.a impressão de que o tempo mudou. e tudo novo nesse novo mundo que se desenhava. ele hipnotizado!não conseguia entender bem que sentimento era aquele,só sabia que por alguma força estranha, não conseguia desgrudar os olhos da menina.mal sabia que essa nova sensação ia permear sua vida pra sempre.caiu,olhando a menina.bateu num latão de lixo parado em frente a portaria do prédio. quem tava na janela fumando um cigarro,adivinha?a mãe olhou severa e apagou o cigarro:
- sobe agora! eu falei pra você não ir pra ladeira.

e lá foi ele, com o cotovelo todo arranhado, um pouco de medo da mãe e duas novas sensações, que mais tarde descobriria, iguais.ladeira a baixo!

.Se joga!

30.5.08

shakespeare

"
julieta: [...]como pudestes vir, diz-mo? os muros altos desse jardim são altos e difíceis de escalar. este lugar será mortal para ti, se qualquer de meus parentes der contigo.

romeu: transpus estas muralhas com as asas do amor que são leves, porque as barreiras de pedra não podem embaraçar os vôos do amor. o que é que o amor quer que não consiga?[...]

julieta: se te virem, és morto.

romeu: ah julieta, há mais perigos nos teus olhos do que em vinte de suas espadas. basta que desças um desses ternos olhares para mim, que eu fico bem escudado contra qualquer inimizade.

"
esse sorriso colore meu dia mais cinza
!

29.5.08

enchendo

enche o meu blog de coments/enche a minha ansiedade de prazer/enche a minha vontade de você/enche a minha vida da tua/enche minha boca com teus beijos/enche eu de você
/até transbordar

apenas uma história comum

Quando tudo começou ninguém tentou inibir nenhuma sensação. Aos poucos as cores foram tomando corpo e se transformando em contrastes que ofuscavam a consciência ainda entre aberta.



A fenda na porta estava anunciando que algo estava por chegar. Mas não se exalte amigo leitor, nessa historia nada vai surpreendê-lo.
Espere, já vou contar o que aconteceu.
Mas não espere nada que vá transformar a sua vida, não espere que nada de extraordinário aconteça dentro de você.
Pois bem, a fenda da porta entre aberta não te causará surpresa, não te deixará ansioso, não causará nada. Apenas uma historia comum. Simples e verdadeira.
O vento soprava alto pela fenda de uma das janelas da sala. O som estridente fez com que a moça deitada no sofá acordasse. Ela dormia compulsivamente, fazia da vida uma eterna repetição robotizada e sem emoção. Chagava do trabalho e ia direto pro prato de sopa, um copo com água gelada, um pão com manteiga e depois o esperado sofá. Deitava, e de lá assistia um pouco – as primeiras noticias apenas – do Jornal Nacional e dormia o sono dos justos.
Naquele dia o som do vento a acordou. Ela abriu os olhos, limpou o canto da boca, foi ao banheiro, lavou o rosto, pegou os óculos na mesinha da sala, repleta de elefantinhos, de xícaras pequenas de porcelana e três ou quatro cinzeiros devidamente limpos. Ela nunca fumou. - Deixava ali os cinzeiros caso alguém quisesse fumar, embora ela nunca recebesse visitas. A não ser uns tempos em que ela teve um flerte com um corretor de seguros. O romance acabou por que o homem roubou umas jóias que ela tinha. - Uma propaganda na televisão chamou sua atenção, mas um grande e gostoso bocejo a fez rapidamente se desligar do aparelho. Ela não desligou a televisão, só não tinha mais foco. Agora sua atenção voltava-se pro quarto. Ela percebeu por uma fenda na porta, a luz acesa. Olhou pra mesa de jantar, redonda com uma toalha com desenhos de temática portuguesa.- Uns galos pretos e verdes. Em cima da mesa, o prato de sopa vazio, migalhas de pão, o copo de água pela metade. Na cadeira, quando olhou de soslaio percebeu que suas roupas - as que tinha chegado do trabalho – estavam todas lá.
Rapidamente pensou: eu não entrei no quarto.
Estacou de medo. Na cabeça milhões de pensamentos. Pensou em ligar pra policia, pensou em invadir o quarto, pensou em muitas coisas. Correu pra cozinha e interfonou ao porteiro. Pediu que ele subisse depressa. Na porta estava a mulher de camisola rosa puída pelo tempo e pelo sofá. O porteiro cujo nome ela nem sabia, na porta, parecia tranqüilo de que tudo estava certo. Ela explicou rapidamente a situação ao porteiro que se apresentou José. E José temeroso, depois de toda a historia, foi caminhando lentamente em direção ao quarto. Colocou o ouvido na parede por alguns segundos. Nada. Em silêncio balançou a cabeça pra ela. Ela não parecia estar contente e apontou pro quarto. Ele colocou o ouvido na porta do quarto e de lá ouviu-se um barulho. Parecia um barulho de cão, ou algum rosnado parecido. Ela quis gritar, mas se conteve por que José colocava a mão pra calar-lhe a boca. Ainda ocultando a voz dela, José mais uma vez aproximou o ouvido da porta. Outro rosnado. Ou algo parecido.
A essa altura ela não se preocupava mais com o barulho, não se interessava tanto com o que acontecia no quarto. O coração dela batia acelerado, mas agora já não mais pela interrogação que habitava o pensamento antes. Aquela mão na boca, aquele toque de uma mão masculina nos lábios faziam-na relembrar tempos em que a vida não era só uma eterna repetição de fatos e dias. E noites. E cochilos no sofá. Aquela mão a fez recordar os banhos de chuva, as bebedeiras as terças feiras sem motivos, os amigos, a filha, a alegria, a vida. Há muito tempo não sentia aquele frio na barriga, há tempos não sentia as mãos suar. Ela pensou em mil coisas impublicáveis.
- Acho que é um Morcego. José falou aos sussurros.
- O que?
- Um morcego. A senhora deixou a janela aberta?
- Depois de uns dez segundos ou mais ela entendeu sobre o que ele falava.
- É, talvez.
José entrou pelo quarto, entrou embaixo da cama.
Ela ficou parada olhando o homem entrar embaixo da cama e salvar a donzela indefesa do dragão que habitava sua torre. Experimentava uma sensação desconhecida, pensava ou repensava toda sua vida.
De repente um vulto passou por ela, bateu no armário e enfim voou pela janela aberta.
- Consegui. José deixava escapar um sorriso orgulhoso de vitória.
Ela olhava pra ele com olhos marejados.
- Muito obrigada!
- Até.
Ele se dirigiu a porta, ela ainda pensou em pedir pra ele ficar, mas não o fez. Da porta José apenas naquele momento percebeu a camisola que ela usava. Ele também percebeu que ela o notara. Os dois se olharam num clima que não sabiam bem o que era.
- A senhora não quer me oferecer uma café? José dizia com muita vergonha.
Ela parou, respirou fundo.
- Não. Eu tô sem pó.
- Ta. Tchau.
E lá foi o José pegar o elevador de serviço e descer. Da porta de casa ela olhava o ponteiro do elevador chegar ao térreo
Não era tesão o que ela sentia. A sensação de prazer não era sexual. Era uma sensação de vida, de que ela podia viver e não fazer parte da vida que ela mesma se impusera.
Voltou pra casa, foi até a cozinha, pegou o pó de café, colocou água na cafeteira. Alguns minutos depois tomou o café sentada na mesa da sala. Com um sorriso no rosto pensou que no dia seguinte ia aproveitar o horário de almoço pra comprar um vestido novo. Rosa talvez.

28.5.08

porque teu silêncio é mais
quem dera ter o prazer
de ser um verso em tua voz





dominguinhos

como numa festa de quinze anos

a música parou
o tempo parou
a chave se perdeu
o portal se abriu
um terremoto de dois pontos na escala richter
choveu canivetes
caiu o mundo ao redor deles que
impunemente dançavam uma música
em silêncio e
olhos fechados.

das vantagens de ser bobo(em pílulas)

É quase impossível evitar o excesso de amor que um bobo provoca.
É que só o bobo é capaz de excesso de amor.
E só o amor faz o bobo.






.clarice

27.5.08

poemeto da saudade

um nozinho na garganta
embargando a voz
a saudade entalou ali
na "guela"





0908

é.
meu número!
!
voa
voa alto pequena
leva contigo o meu sorriso. a gragalhada mais olhinho fechado.
leva contigo essa utopia de poesia pefeita
voa pequena,
alto

aqui o pássaro que tenta em vão,

secar as asas ao sol.
pra secar o suor [!]

em preto e branco. que nem filme

25.5.08

se o coração é de papel,o que ele faz nos períodos de chuvas?

melhor fingir que é de pedra e
encarar a tormenta
vestir a armadura

capa amarela]
isso talvez transforme os ímpetos de só papel
e de pedra fique mais forte
menos sensível talvez

mas ]
pros períodos de chuvas fortes:
força e guarda-chuva








em tempo: pra sempre!, só o guarda-chuva
conselho pro paraquedista de primeira viagem ou papo de pé de orelha com a menina que terminou o namoro:
- se joga!

24.5.08

minhas preces

eu com as minhas orações:
senhor, não me deixai em casa sábado a noite
que medo zorra total
oremos!

inocência e água salgada


noites de resfriado são sempre reflexivas
nariz escorrendo e idéias
também]
é assim ? e nostalgia de uma hora pra outra ?
impunemente uma foto que já sem cor,
ainda suja de café. ou chá
aquela marca da xícara. o tempo se fazendo ser visto]
inocência e água salgada.
quando a vida era só rir e chorar
quando as noites de resfriados eram só
paparico e caminha quente
sopa de feijão]
nessa noite de lua imensa
nariz escorrendo e olhos
também]

que saudade daquela sopinha de feijão e
a inocência
também]





03957





jamais esquecerei as maneiras
de minha ex namorada
remava rio acima com a leveza de quem
descia a favor da correnteza
seu sorriso confundia a direção dos cachorros
que viajam com as cabeças pro abismo
seu corpo jamais soube distinguir entre
primavera e outono

quando penso no futuro me transformo
no passado de minha ex namorada










antonio carlos de brito
jogos de amor são pra se jogar











.

23.5.08

(quero o corpo abusado)
poder arriscar a palavra - usar dentro do riscado.
quer você queira ou não queira,trincar o risco.
numa noite diante de mim
e de todas as imagens que vêm sendo formuladas.

venha você vestida
venha você vestida com o pano mais mais difícil de rasgar
se prepare para um discurso tumultuado de céu claro.
dali seu corpinho são será molhado pra mim mas por mim.
quero entrar em você, olhos e óculos de alcance
beijar todo seu conhecimento.lamber
me entregar a posse de sua autoridade desconhecida
de noviça.
eu!
eu ofereço a eternidade de um fato consumado.
daí o resistir por exigência
de uma noite/dia/noite/dia/noite/dia.
exigir a minha poesia em pedra sabão.
e olhos cansados de uma maneira inteligente
desde a testa até a estrutura do pezinho.
violar a criança que sei mulher
com muito amor surpresa e antiguidade.

espero um assassinato completo:
com juiz,promotor, advogado.
todos ensanguentados.
por tudo isso, por nada, exijo pedra sabão
pra levar e esculpir uma grande dúvida.


ricardo g ramos

21.5.08

coração valente



diabético.cardíaco.safenado. iluminado!

é chegada a hora

enfim chega a hora.
a ansiedade aumentando.a hora da batalha se aproximando
o guerreiro se prepara
pensa em fazer a barba mas desiste, hoje é daqueles dias que quanto mais feio melhor. concentração e silêncio, ainda. hoje é guerra
é dia de poupar a voz durante o dia
pra perdê-la durante a noite.
se prepara pra se unir a multidão apaixonada.
está em uma espécie de transe desde que acordou segunda.
a hora se aproxima. é hora de vestir a armadura
[russel crowel em gladiador
o guerreiro veste a camiseta de três cores com um sorriso no peito.lado esquerdo.
desliga o computador, olha com esperança e flâmula na estante e vai...
seguro e certo de que essa guerra de hoje pode ser perdida, mas a parte do guerreiro, será feita.
eles vão ouvir a minha voz

20.5.08

leminski


foto de paula kossatz.bela paulinha.olhar atento e sempre sensivel.joga junto.é parceira.a ela,
minhas
palmas

não esqueça de tirar o lixo

as mudanças mais profundas são aquelas que em tudo permanece igual. todos os invernos se parecem com o pior inverno e nenhuma paisagem se compara com as remotas paisagens da infância. se há alguma razão para outros amores é lembrar-nos de que não são o único












efraim medina reyes

tudo teu

.
teus olhos também
tuas mãos suaves, claro!
tuas pernas tão perfeitamente
pré-moldadas
como as casas de campo com cachorro e tudo
dos filmes de sessão da tarde

tua pele alva e límpida
como um banho de hidratante
creme nívea, da lata azul

Tudo teu!

tudo que eu amo em você.
mas...
[a vírgula chata persiste]

mas tudo não seria completo em ti
sem esse sorriso
sem essa luz que teus dentes emanam
como essa névoa de prazer intenso
imenso
que teu sorriso exala.

teu sorriso
definitivamente
insuportavelmente
despretensiosamente
é o que me encanta

Me...
[...]
me faz perder as palavras.


19.5.08

ta chegando a hora
o maior espetáculo da terra vai ser quarta
as bandeiras desfraldadas e todos os tricolores do mundo
lá em cima seu nelson ja tinha escrito
há dez mil anos atrás:tricolor só o fluminense,o resto é time de três cores

as três cores que traduzem tradição.
em verde, branco e grená

escrevendo sou eu

.

escrevendo sou eu
escrevendo eu sou outro
me escondo também atrás de letras, papel e um lápis amarelo e preto
atravesso meus labirintos, buscando a verdade absoluta que eu sei
inexistente
escrevendo sou o que eu quiser ser, sou o que você quiser ler
dou margem a imaginação, me exponho, me desnudo, me transformo
recrio meu mundinho, mundo de quem me lê
recriando. recreando. no recreio da escola, lutando uma guerra na alemanha nazista, vivendo o grande amor da vida
da sua vida
escrevendo, as reflexões brotam como água na nascente mais longínqua
as incertezas aparecem e as certezas se distanciam rapidamente
escrevendo os infernos e os céus se aproximam, os monstros se humanizam, as pessoas mudam da água pro vinho
o vinho e a água
escrevendo a vida tem outro sentido.escrevendo. exercitando.perseverando
escrevendo sou eu.sou todos que quero. e quem não quero
escrevendo choro todas minhas angustias. e todos os sorrisos
sigo tentando. errando e acertando
preocupação vazia de qualidade, sim há. irrelevante
. é assim que escrevendo me escondo de mim mesmo
e me desnudo pra quem lê
sabe aquele suspiro?
[ai ai ai]
aqueles de padaria?
então, esse!









ai ai ai


torço enlouquecidamente.eu amo essa torcida.eu amo o fluminense!

vamu fazer o seguinte:
você tira essa fantasia e a gente conversa
tira a máscara e a gente se olha
bota esse personagem pra dormir e a gente deita

pára com essa de performer que só anda na superfície
tô querendo ir mais fundo. mergulhar sem escafandro
mas com esse figurino seu, não dá
não consigo te enxergar

tira a roupa tira, morena!





00842

18.5.08

crisiaihpo-society

ok ronaldo, o fantástico te absolveu...
pode voltar a ser super herói.
triste
mas com fina estampa.

é vitalícia?







em tempo: pobre da sociedade quem tem fantástico como juiz

17.5.08

poema da ingenuidade

Línguas



Não sei falar inglês
Tampouco francês
Só sei falar a língua chamada
Tua


Não sei pensar em inglês
Em italiano, menos ainda.
Só sei pensar na língua chamada
Tua


Não entendo grego
Não entendo russo.
Também não entendo a língua chamada
Tua

Assumidamente ignorante
Tanto assim
Só sei querer a língua chamada
Tua.

16.5.08


outro dia um vinhozinho

hoje uma cervejinha

dia desses café pra tapear o tempo

uma hora ou outra chope

antes tarde do que nunca água. sem gás

qualquer hora dessas uma cocacola

um copo vazio, daqueles de butiquim


e de resto, se cruzavam aos sábados pela manhã na rua do lavradio

pra ouvir um samba





0077
o encontro é algo raro
que de vez em quando acontece
e aí]
não raro
encontram-se



0001

15.5.08

ansiedade e sorriso
espera e demora
Rio... e um porto(bem grande e alegre)
longe e perto
uma tela no meio do querer
uma lembrança e uma não lembrança!
as exclamações brigam entre si, ainda sorrindo
interrogações declaradas aqui
[medinho sorridente!]

sei não
o dia chegando
o avião também
uma tartaruga (ou jabuti, sei lá) caminha lenta aqui,
me olhando

os passos curtos e sóbrios.
a ansiedade do está por vir, se acalenta nos passos lentos
da tartaruga
ou jabuti, sei lá]






0569
:

a gente caminha pra frente olhando as coisas que deixa pra trás
construindo ilusões e achando isso normal,
é assim mesmo]
achando que todo poste tem de ter a luz acesa a noite
todo lixo tem de ter um saco plástico
todo papel que não é escrito
todas as linhas da mão esquerda

a gente sabe o que vai acontecer se mexer com o que não pode
a gente se envolve num círculo de giz
sei lá]
aos poucos vai apagando esse traço contínuo
e re-construindo outro igual em cores parecidas

um eterno apagar e redesenhar,
essa vida ]








(00)554

14.5.08

foi é?

'
Você foi o maior dos meus casos/ De todos os abraços o que eu nunca esqueci
Você foi dos amores que eu tive/o mais complicado e o mais simples pra mim
Você foi o melhor dos meus erros/A mais estranha história que alguém já escreveu
E é por essas e outras que a minha saudade faz lembrar de tudo outra vez /
Você foi a mentira sincera/Brincadeira mais séria que me aconteceu/Você foi o caso mais antigo/O amor mais amigo que me apareceu /
Das lembranças que eu trago na vida/Você é a saudade que eu gosto de ter/Só assim sinto você bem perto de mim/
Outra vez/
/...Você foi o melhor dos meus planos/E o maior dos enganos que eu pude fazer.
/...das lembranças que eu trago na vida/você é a saudade que eu gosto de ter




foi pode virar é?

13.5.08

ver.da.de.cru.a

então.a coi.sa é mais sim.ples do que vo.cê ima.gina
não, eu não fui lá pra pegar nenhuma merda de roupa amarela
não, eu não tenho nada a ver com essa merda toda de mala pra viagem
sim, eu conversei sobre aquelas coisas com ela sim
sim, ela também me falou das suas coisas
não, ela não tentou fazer isso que você acha. de jeito nenhum. em nenhum momento
não, nunca fui até aquela padaria em nenhum domingo
não, não conversei com o Seu Luis antes das dez
e me desculpa.
eu a principio não queria mas
sim, eu comi a tua mulher.
essa é toda a verdade.
e ponto

a sentença é sua.





0008

12.5.08

contimporâneo

tem o teatro contimporâneo e tem o
pseudo.
o pseudo grita!

é,
vale a tentativa.

senhoras e senhores: o imponderável

Liberdade é pouco, o que desejo ainda não tem nome
.clarice

a mulher tava muito nervosa, não conseguiu abrir o cofre,
o cara não pensou duas vezes.
ela caiu no chão murmurando, num sopro de vida
o cara chegou o ouvido perto dela:
00323593

ele abriu o cofre, pegou o dinheiro e deixou a mulher com seus
últimos segundos de culpa







00325393

0091

que medo alegre, o de te esperar
clarice lispector








ele sabia que a menina de sorriso brilhante nao iria
ele sabia que não ia ver aqueles olhos.
sabia que o cheiro dela não ia colorir o pequeno mundo cinza que se desenhava no céu e
como uma forma de manter acesa uma coisa ali dentro, ele nutria estupidamente uma vontade e frio na barriga na ansia do
de repente ela chega.]
a espera, mesmo sabendo que ela não iria, era a forma de inconscientemente dizer
saudade]





0091

segunda-feira 0023

as vezes quando amanhece eu durmo
as vezes
quando chove, eu chovo
as vezes erro, as vezes acerto e louvemos a tentativa
as vezes
de manhã os anseios ficam opacos, por vezes turvos,
as vezes
eu tenho uma vontade quase
incontrolável de ligar pra ela e gritar banalidades
dizer
qualquer coisa pra se jogar fora rindo
as vezes]

tem umas coisas que sei lá, deixa quieto
as vezes vontade de escrever essas coisas [pseudo-poeta]
as vezes só.





0023

5.5.08

00878

aquela calça velha
aquele all star rasgado

um video game ligado me olhando
querendo gritar verdades

aquela camisa de dormir
aquela escova de dente ali

um video game ligado me cantando
queria saber assoviar as músicas do tom zé

aquela vontade antiga
aquela velocidade toda
aquela lembrança a toa

o videogame ligado me chamando me tira
daquela coisa que sempre termina assim



00878.
...em meio a aplausos e gritos histéricos, ele veste a roupa do comandante do navio, beija rosas brancas e distribui pras senhorinhas enlouquecidas.


o rei pode se dar a esses desfrutes

4.5.08

inventou de se apaixonar/
queria uma coisa apertando o peito as nove da manhã/
queria uma coisa que vibre o telefone no meio da madrugada pra ouvir qualquer coisa/ e voltar a dormir
queria uma coisa xingando sério no ouvido/
queria uma coisa que não sei direito.
queria uma coisa pra sonhar e acordar querendo/
queria uma coisa que ainda nao sabia direito/
queria tardes e tardes de cinema americano/
queria noites de amor de filme francês
queria cichês e por que não?]
queria e querer é verbo só/
queria tanta coisa/ música.poesia.teatro.voar.filme antigo.um longa-metragem. livro num sebo.café e fluminense campeão. pular de pára quedas. saber fazer conta de cabeça. tanta coisa.
tanto/
quiereia aprender a digitra mutio ráipido e naão errar uam palarva seuqer
queria saber a diferença entre o que se quer e o que se tem/ um ser ou não ser em espiral, a vida
queria tanta coisa que sabia que não/
queria muita coisa que nem sabia se ia ter, mas querer
/o sonho ainda é a mais linda de todas as criações do homem

utopia de uma poesia perfeita


também, quem mandou inventar de se apaixonar.







0006

3.5.08

obra de arte

nu de mim mesmo
teatro do jóquei. direção jefferson miranda. com a cia de teatro autônomo.
uma obra de arte !
uma jóia pequena e singela
no meio do caos que é a nossa vida
permita-se encher o peito de emoção, até vazar!

eu?

Minha foto
to correndo.sempre pressa.meio atrasado.ligação perdida.olhar atento.desculpa o atraso.to indo embora.quer carona?aqui desse lado,aqui..assim mesmo.meu fluminense e meus desejos.um beijo do seu.eu aqui em qualquer lugar aqui, espaço pra vazão a idéias. ficção criando uma verdade pseudo pessoal. "eu quero uma verdade inventada"

leia me

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[alter]ego marginal

quantas?

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