divagações concretas concretudes abstratas

e um copo vazio está
cheio de ar

19.12.10





não sou
estou
estamos
que esquisito
e bizzarro eu
nós
todos nós
que imenso mundo
eu
nós
todos nós
que maravilha a delícia de
existir que maravilha
reconhecer-se inutil e
incrível
saber-se ultra
saber-se lar
saber-se?
tentar.
estou agora
não sou mais
estou no meio
no entre
no não sei.
na incerteza
no porquê?
no risco
no não sou mais
agora estou
e só


:

27.10.10

o excesso de informações aliena.
a modernidade aproxima e afasta.
a claustrofobia é epidemia,
síndrome do pânico é doril
será
a enxaqueca que nos deixará em casa,
amanhã.
será.


:
esqueça as certezas,
a vida é improvável.
o mundo,um elevador parado
cheio de gente, morrendo de calor e
medo.



:

19.10.10

na incoerência dos meus atos,
as verdades se constroem.
burras certezas!
a verdade é um castelo enorme de areia, pronto pra ser
destruído com uma lufada de ar
de contradição e divergência.



:

28.9.10

poema sem caneta



Tinha muito o que escrever


mas não tinha

caneta

Tinha caneta

mas ja não sabia

escrever

Sabia escrever sim

mas não sabia mais

sentir


Perdera a hora,
o
fôlego

a calma

e a caneta








19.9.10

eu acredito em chico buarque.







:
sentir e não representar o papel do cara que sente
viver e não fazer o papel de um cara que vive
arriscar e não imaginar o fracasso,sentado
pensando o que escrever agora






:
o miojo é importante, porra!




:

16.8.10

mundo pequeno
você vai até o final dele,
e ainda assim,
é só a esquina da
sua rua













:
NÃO ACREDITO EM:
CIGANAS
TAMAGOSHIS
I PHONE
PUBLICITÁRIOS COM GEL NO CABELO
MENINA DE CAPRICÓRNIO
PROFESSOR DE ETIQUETA
ATOR DE MELODRAMA
POETA DE BEIRA DE ESTRADA
PUTA DE BEIRA DE ESTRADA
COPO AMERICANO VAZIO
PROVA DE ARITIMÉTICA


ACREDITO EM:
AMOR A PRIMEIRA VISTA
DUENDE
FADAS
PALHAÇO
GNOMO
MAIAKOVSKI
LIBERDADE AINDA QUE TARDIA
SEXO NO PRIMEIRO ENCONTRO
REENCONTROS
SUCO DE LIMÃO
BEIJO NA BOCA
CHICO BUARQUE

30.7.10

encontros




era sábado de manhã.
acordaram e sentiram vontade de uma taça de vinho.
nove e meia no relógio da cozinha.
depois do brinde sentiram vontade de ouvir uma música.
com aquela musiquinha,sentiram vontade de dançar.
fecharam a cortina da sala,ainda não tinha muito sol naquela manhã.
numa penumbra cor de laranja começaram a dançar gostosinho.
em silêncio.não diziam nada.
se olhando nos olhos, de um jeito em que os olhos falam muito alto,
se beijaram.
começaram a arrancar as roupas um do outro, de um jeito
cinema francês.
no i tunes entrou a música deles,o universo conspirava a favor.
até que,
um choro baixinho.
pausa entre os dois.
o bebê acordava no quarto.
combinaram um outro encontro na cozinha, no soninho de
depois do almoço do bebê

:

22.7.10

três coisas que não aguenta mais ouvir:
.goleiro bruno
.policial corrupto
.e esse barulho de obra no vizinho



:

13.7.10

escrever é dizer o que não tem
palavra
dar sentido as incoerências de
existir.
escrever é flertar com o
desconhecido da alma.









:
crescer não é facultativo!








:
silêncio
(pausa)
silêncio
(pausa)
silêncio
(pausa)

e voltaram a falar intimidades no sofá cama.






:
e tudo no final é uma repetição de
notícias antigas no jornal local de uma
cidade fantasma.
o vento uivando agudo no ouvido de
um velho índio.




:

7.7.10

deu no fantástico
(é grampo!)

_ então mano,o cara me trouxe aqueles limãozinho.
_limãozinho?
_é.aqueles abacaxizinho.
_abacaxi?
_é.
_ô mano,depois cê manda uma mensagezinha aqui pro papai que não tô entendendo não.
_aquelas laranjinha mano.umas laranjinha pequenininha assim.quem nem umas laranja.
_laranja?
_é.parece uns abacaxizinho pequeno papai.
_não to entendendo não.manda uma mensagezinha pra cá.não to entendendo o que cê ta falando.
(PAUSA)
_é granada papai.
_ah



.trecho de uma conversa de celular entre um traficante de dentro do presídio e um companheiro em
liberdade


:
bom mesmo é ter
a intimidade de ficar em
silêncio.




:

5.7.10

foi-se os tempos em que as recordações
eram guardadas num pedaço de papel e
imaginação.
a câmera digital assassinou o autógrafo.




:

19.6.10

quando o cara é criança, adora o futeobol as dez da manhã de domingo.depois vira adolescente e a pelada de domingo de manhã é jogada de ressaca.aí tem uma fase que o cara de vez ignora o futebol domingo de manhã e se entrega a ressaca.o cara passa a jogar a noite durante a semana.então a roda gigante da vida dá a volta completa:o cara tem filho e o único horário que ele tem tempo pra jogar, volta a ser aos domingos de manhã. cíclica a vida não!amanhã, chuteira amarela ilustrada e pronta!




:

11.6.10

esses dias de copa do mundo
recém pai,pensando muito a vida com outros olhos:

entendo porque gosto tanto de futebol.desde moleque.
paixão:
entendo que a paixão clubística existe sim, faço parte dela,me alimento dela, procuro, consumo,penso, converso sobre sim.
vou pro maraca apaixonado, achando qualquer jogo do fluminense um momento de eternidade.
brinco de ser nelson rodrigues e torço pro gol de barriga no final do fla flu lotado e acho que a culpa foi minha por que fui com a mesma roupa o campeonato todo.
o torcedor é paixão pura e simples.sem razão alguma.amor,talvez.
e também tem o outro lado.fico ansioso esperando a copa do mundo,gosto muito do envento que é a copa.o maior evento do planeta do assunto que eu adoro.
não só a copa, mas também o quinze de piracicaba e novorizontino se estiver passando ao vivo.
o futebol racinaonal,com bom senso.
razão:
mas também o futebol pela beleza que é.
futebol pela imensa indústria que é.indústria pro entendimento ruim e o bom.
gosto de pensar o futebol
discutir, olhar, adimirar o bom futebol.sonhar com o futebol.
sem briga, sem porrada, sem xingamento.tudo resolvido no bom senso,
como nas peladas de quinta feira que tô morrendo de saudade de jogar.

esses dias de copa do mundo,
eu reafirmo minha condição de fã
incondicional de futebol e um bom papo.
e me desperta outros sonhos

maracanã com meu filho num jogo do brasil em dois mil e catorze,bonito sonho.



:
peça não aborda tema
peça não quer mandar mensagem
peça fala de tudo e de nada!

a morte do teatro é a ressurreição dele.


:

7.6.10

não sei o que é.
madrugada insone,
a mãe sugando um momento de sono com todas as forças.é preciso aproveitar cada eternidade de cinco minutos.
eu e ele ali.quietude.
ele de olhos fechados,
eu ninando aquele rosto repleto de ingenuidade e pureza.deixo escapar uma melodia de eu menino.baixinho.ele
respirando forte,entregue.nas minhas mãos.na minha vida.
eu cantando as canções de ninar mais insólitas,
me revigoro do sono com a sensação de estar vivendo um momento único.
intransferível.
eu, ele, a madrugada e o descobrimento do que é
paz.
dorme meu filho.dorme profundo.
deixa o papai beber mais um tanto da tua pureza.me contagia com o teu desconhecer!

:

16.5.10

uma noite em claro.um choro no pé do ouvido.

uma caneca de café puro as onze e vinte da manhã.

desistência do sono.olhar ele no berço não dormindo.(!)

sorrisinho da mãe de canto de boca.os olhos marejados do pai.

poesia dentro do mosquiteiro.






:

14.5.10

amor é também dizer
te amo
amar é também cantar
te amo
amar é escrever
te amo
amar é expressar se

colocar um adesivo no carro, seria demais,pensei.me soou meio brega um adesivo desses...

daqueles grandes brancos,que as pessoas colam geralmente no vidro traseiro do carro.
geralmente em carros como monza tubarão rebaixado com vidro filmado.ou vectra.
também muito encontrados em caminhões e kombis que fazem lotada.

amar é expressar se!
meu adesivo no meu cadilac vermelho.
EU AMO MINHA FAMÍLIA.



:

6.5.10

o inesperado nos traz belas surpresas.
arrumar uma vida de
papéis,coisas,guardados.vai que um dia precisa né.nunca se sabe.
tirar a poeira das revistas antigas.lixo pra esses jornais velhos.esquecimento pra esse monte de pedaços de roteiro,xerox de uma peça inesquecível.recortes de outro dia.
organizar é desapegar.
demorei pra dizer sim,mãos a obra.não precisa,eu acho.é dificil.
e depois do banho,de um dia todo de organizar os armários da vida,cansaço gostoso.me pego rindo de mim,é bom mudar!
o risinho cínico da fatalidade foi encontrar o ipod pra mim.

5.5.10


não ipomtra em qaul odrem as
Lteras de uma plravaa etãso,
a úncia csioa iprotmatne é que
a piremria e útmlia Lteras etejasm
no lgaur crteo. O rseto pdoe ser
uma bçguana ttaol, que vcoê
anida pdoe ler sem pobrlmea.
Itso é poqrue nós não lmeos
cdaa Ltera isladoa, mas a plravaa
cmoo um tdoo
.

1.4.10

nada ............................................................. inteligente pra dizer no

momento, portanto,................................................ calo.

leio. observo.critico.avalio.

não chego.........a......................................................conclusão alguma.

dou uma puxada mais forte no cigarro.respiro fundo...........................

solto a...................fumaça assoprando................como ........se apagasse velinhas.resignado,decido................não escrever.......................................................nada.

29.3.10

aquela hora em que tudo parece que vai dar errado.ansiedade berrando na orelha.inácio quase berrando também ja aqui.um canto apenas.mentir pra alugar:qual sua profissão?produtor de eventos.se falar que sou ator periga minha ficha cair!um mundo acabando.e outro se deliciando com o chegar no outono.tudo isso dentro de um daqueles negócios que eu não sei o nome que você agita e bem devagar a neve vai caindo de novo como se tudo estivesse calmo como papel picado no chão.

27.3.10

por que reduzir uma questão gigantesca a uma simples briguinha de gays e heteros
por que por essas bandas a gente não consegue enxergar nada que não tenha um Rótulo,
passivo
de olhos inesejosos.

uma boa leitura tb, uma
crônica incrível de fabrício carpinejar no excelente livro Canalha!


Pode me chamar de gay, não está me ofendendo. Pode me chamar de gay, é um elogio. Pode me chamar de gay, apesar de ser heterossexual, não me importo de ser confundido. Ser gay me favorece, me amplia, me liberta dos condicionamentos. Não é um julgamento, é uma referência. Pode me chamar de gay, não me sinto desaforado, não me sinto incomodado, não me sinto diminuído, não me sinto constrangido. Pode me chamar de gay, está dizendo que sou inteligente. Está dizendo que converso com ênfase. Está dizendo que sou sensível. Pode me chamar de gay. Está dizendo que me preocupo com os detalhes. Está dizendo que dou água para as samambaias. Está dizendo que me preocupo com a vaidade. Está dizendo que me preocupo com a verdade. Pode me chamar de gay. Está dizendo que guardo segredo. Está dizendo que me importo com as palavras que não foram ditas. Está dizendo que tenho senso de humor. Está dizendo que sou carente pelo futuro. Está dizendo que sei escolher as roupas. Pode me chamar de gay. Está dizendo que cuido do corpo, afino as cordas dos traços. Está dizendo que falo sobre sexo sem vergonha. Está dizendo que danço levantando os braços. Pode me chamar de gay. Está dizendo que choro sem o consolo dos lenços. Está dizendo que meus pesadelos passaram na infância. Está dizendo que dobro toalha de mesa como se fosse um pijama de seda. Pode me chamar de gay. Está dizendo que sou aberto e me livrei dos preconceitos. Está dizendo que posso andar de mãos dadas com os anéis. Está dizendo que assisto a um filme para me organizar no escuro. Pode me chamar de gay. Está dizendo que reinventei minha sexualidade, reinventei meus princípios, reinventei meu rosto de noite. Pode me chamar de gay. Está dizendo que não morri no ventre, na cor da íris, no castanho dos cílios. Pode me chamar de gay. Está dizendo que sou o melhor amigo da mulher, que aceno ao máximo no aeroporto, que chamo o táxi com grito. Pode me chamar de gay. Está dizendo que me importo com o sofrimento do outro, com a rejeição, com o medo do isolamento. Está dizendo que não tolero a omissão, a inveja, o rancor. Pode me chamar de gay. Está dizendo que vou esperar sua primeira garfada antes de comer. Está dizendo que não palito os dentes. Está dizendo que desabafo os sentimentos diante de um copo de vinho. Pode me chamar de gay. Está dizendo que sou generoso com as perdas, que não economizo elogios, que coleciono sapatos. Pode me chamar de gay. Está dizendo que sou educado, que sou espontâneo, que estou vivo para não me reprimir na hora de escrever. Pode me chamar de gay. Que seja bem alto. A fragilidade do vidro nasce da força e do ímpeto do fogo

trinta anos de detenção

registre_se e cumpra_se!

mas verdade mesmo,

de verdade

ninguém nunca vai saber!

26.3.10

tentando entender
pensando mudar
o mundo

e as tentativas
do não

subverter!
deve ser

15.3.10

o sonho começa a ser,realmente sonho depois que
a gente acorda. e
pede a ajuda da memória
pra editar.






:

11.3.10

poema piegas


o amor não tem limites
o amor não sabe do que você está falando
o amor não tem nada a declarar
o amor não te deve nada
o amor nasceu sabendo
o amor nunca é tarde pra aprender
o amor não respeita ninguém
o amor não ama ninguém
o amor não sabe fazer conta
o amor não sabe dividir
o amor não aprendeu a ler
o amor é atemporal
o amor nunca ouviu falar em ética
o amor também é mau
o amor passou fome criança
o amor foi feliz uma vez na infância
o amor está intacto desde que caiu no chão
o amor tem pára quedas
o amor reclama de dor nas costas




:

9.2.10

parecer, não ser
ser ou não ser
a própria questão.

parecer um outro você
querer ser um outro alguém
ser ou não ser,

ser e não ser, a dúvida,
a dádiva, primeira versão
um muro cheio de buracos de bala de revolver
velho
cheio de contradições.



:

2.2.10



tem umas horas que o pensamento anula,
zera.
nada.


uma tevê ligada as cinco e meia da manhã de terça


uma senhora dormindo no sofá

30.1.10

e quanto ao theatro
esse quero agora
quero muito
correndo
suando
intenso,
esse processo,preciso viver de novo,o theatro.
e dá licença,mó tesão ser,
antes de todos
os outros eus,
os diretores, os que escrevem,os que pensam, os que fazem festa,os que sonham...
orgulho ver que todos eles nascem do berro descompassado,
antes de tudo,
do sonho de um ator.
do ator nasce o desejo e a arte.





:

28.1.10

as vezes eu me interno em mim mesmo
e só me dou alta quando fico chato demais,
fora do meu sanatório


:

19.1.10

teste de elenco
intervenção urbana in texto de srta lispector


dois atores,um do lado do outro
luz amarela bem forte banhando todo o palco.
música de filme francês.
silêncio
um ator:e você sabia que a mosca voa tão depressa que se voasse em linha reta ela ia passar pelo mundo todo em 28 dias?
outro ator:isso é mentira.
um ator:não é não,juro pela minha alma pura que aprendi isso na radio relógio.
outro ator:pois não acredito.
um ator:quero cair morta nesse instante se estou mentindo.
outro ator:escuta aqui.você ta se fingindo de idiota ou é idiota mesmo?
um ator:não sei bem o que sou,me acho um pouco...de que...quer dizer não sei bem quem sou.
outro ator:você sabe que se chama macabéa,pelo menos isso?
um ator:é verdade.mas não sei o que esta dentro do meu nome.só sei que eu nunca fui importante.
pausa

um ator:sabe,na minha rua tem um galo que canta.
o outro:por que é que você mente tanto?
um:juro, quero ver minha mãe cair morta se não é verdade.
outro:mas sua mãe já não morreu?
um ator:ah, é mesmo...que coisa.
beó.


:

11.1.10

adauto tinha caído de um desfiladeiro de mais de trinta metros. perdido no meio da mata.
ficou desacordado por mais de vinte horas.
quando acordou,conseguiu ligar pro um nove tres dos bombeiros.
foi guiando a equipe de terra e de ar pelo celular.
quando ouviu o seu nome gritado pelo meio da mata teve certeza que enfim,foi achado
e que o pesadelo acabaria.
foi resgatado pelo helicopetero da policia militar.
no hospital, foi constatado que ele tinha inumeras fraturas pelo corpo
e uma suspeita de traumatismo craniano.
até no jornal da globo passou:
a plantonista do hospital: a situação é muito grave, eu posso dizer.
a esposa do adauto, senhora idosa, magra,com sinal do tempo exposto no rosto:
foi bom.ja imaginou se o celular não pegasse?foi sorte.

corta
risinho irônico do âncora.






:
na aula de artes

7.segundo a poetica de Platão, defina o belo.

do platão eu não sei mas o belo que eu conheço é um pagodeiro feio pa caralho que passou uma temporada em cana e pega uma porrada de mulher gostosa.



pano rápido.



:

8.1.10

o anti herói do bairro peixoto,simpático.


as armas são o contrário.
a capa é calar,ouvir mais.
só consegue voar alto com o tanque abastecido
de ironia
anda por copacabana,sonha com o bairro peixoto,
almoça por lá as vezes.
não é o cara fortão com dente branquinho,gel no cabelinho desenhando um ésse na testa(tsc!)e
tem justamente isso como sua melhor qualidade.
sabe elogiar também,simpático ,
as vezes










:
foi o mar que me trouxe, ela.
o vento soprou forte
e deixou no meu colo,como um embrulho de papel pardo, um sorriso.
nos meus olhos deixou,desavisadamente, um brilho intenso.e eu
que ja não sabia mais,agradeço
ao mar.
ao vento.
por ela


e numa outra lufada forte de ar,
por ele também,com os olhos umidos,agradeço,
o início









:

6.1.10




copacabana respira um pó espesso e fedorento.
o cheiro de sexo se mistura com maresia e o cheiro do lixo acentuado com o calor.
os ratos estão na rua, saindo dos bueiros, das sombras, dos lugares mais improváveis.
turistas e putas.a policia e os acharques.meninos com cola nos olhos e caco de vidro no bolso. todos esperam a oportunidade de ouro. todos esperam o momento certo do bote.
faz calor e o mundo quer ver as luzes da princesinha do mar.
e os ratos sabem disso,
saem dos esgotos babando de fome e angústia na alma.
perto de algum carro pra estacionar.perto de algum puteiro da prado júnior.perto de algum poste sem luz no calçadão.perto.bem perto!
e quando menos se espera, tal qual a naja no deserto, o bote certeiro e preciso.
o rato volta pro bueiro com asa nos pés e uma asia seca que lhe queima as tripas.
corre sem olhar pra trás,quer ir pra casa,
há tempos não comia queijo brie.



:
verão,noite quente de lua.
escrever sem motivo
era um exercício, um constante elixir pras rachaduras da alma.pras imperfeições que edgard,moço tímido,
varria pra baixo do tapete.
escrever era a salvação,era a absolvição sumária de algum deus.
por isso conseguia andar de bicicleta sem medo ,de dia.
e nas noites muito quentes,chupava um drops inteiro de bala de frutas.
são tão doces,as laranjas.



:




:

4.1.10

viciado

não sei quando aconteceu.
experimentei a uns dois anos,a débora que me apresentou.
no começo nem gostava, até era contra.
mas depois da primeira vez,
hoje posso dizer que estou viciado.
maldito molho shoyo.



:

eu?

Minha foto
to correndo.sempre pressa.meio atrasado.ligação perdida.olhar atento.desculpa o atraso.to indo embora.quer carona?aqui desse lado,aqui..assim mesmo.meu fluminense e meus desejos.um beijo do seu.eu aqui em qualquer lugar aqui, espaço pra vazão a idéias. ficção criando uma verdade pseudo pessoal. "eu quero uma verdade inventada"

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