divagações concretas concretudes abstratas

e um copo vazio está
cheio de ar

6.1.10




copacabana respira um pó espesso e fedorento.
o cheiro de sexo se mistura com maresia e o cheiro do lixo acentuado com o calor.
os ratos estão na rua, saindo dos bueiros, das sombras, dos lugares mais improváveis.
turistas e putas.a policia e os acharques.meninos com cola nos olhos e caco de vidro no bolso. todos esperam a oportunidade de ouro. todos esperam o momento certo do bote.
faz calor e o mundo quer ver as luzes da princesinha do mar.
e os ratos sabem disso,
saem dos esgotos babando de fome e angústia na alma.
perto de algum carro pra estacionar.perto de algum puteiro da prado júnior.perto de algum poste sem luz no calçadão.perto.bem perto!
e quando menos se espera, tal qual a naja no deserto, o bote certeiro e preciso.
o rato volta pro bueiro com asa nos pés e uma asia seca que lhe queima as tripas.
corre sem olhar pra trás,quer ir pra casa,
há tempos não comia queijo brie.



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to correndo.sempre pressa.meio atrasado.ligação perdida.olhar atento.desculpa o atraso.to indo embora.quer carona?aqui desse lado,aqui..assim mesmo.meu fluminense e meus desejos.um beijo do seu.eu aqui em qualquer lugar aqui, espaço pra vazão a idéias. ficção criando uma verdade pseudo pessoal. "eu quero uma verdade inventada"

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