I
avião.ele, uma menina bonita e uma senhora.pouco assunto.não se conheciam.se olharam. o avião turbulento:
- posso segurar a tua mão?
ela não respondeu nada.só levantou a mão espalmada.entrelaçaram os dedos.como os namorados fazem.viraram pra frente e não falaram mais nada até o fim da viagem.só as mãos entrelaçadas. de vez em quando um olhar na intercessão dos dois.o avião aterrisou.se olharam.ele quis dizer alguma coisa.ela também quis muito dizer algo.
- obrigado.tchau.
-de nada.tchau.
e voltaram.cada um pra sua vida.
II
- eles estavam tão bunitinhos de mãos dadas.eu acho que ele estava com medo e pediu pra segurar a mão dela. eles ficaram a viagem inteira sem falar nada e mãos dadas, que nem os namorados fazem.estavam tão lindos.nem se olhavam, mas pra mim estava claro que eles estavam querendo falar alguma coisa um com o outro.de vez em quando eles se olhavam. eu pensava: é agora, ele vai falar. e nada.depois desceram, ele agradeceu e foram embora. não entendi.
e era um casalzinho tão simpático.
divagações concretas concretudes abstratas
e um copo vazio está
cheio de ar
cheio de ar
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eu?
- tatá.
- to correndo.sempre pressa.meio atrasado.ligação perdida.olhar atento.desculpa o atraso.to indo embora.quer carona?aqui desse lado,aqui..assim mesmo.meu fluminense e meus desejos.um beijo do seu.eu aqui em qualquer lugar aqui, espaço pra vazão a idéias. ficção criando uma verdade pseudo pessoal. "eu quero uma verdade inventada"
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