divagações concretas concretudes abstratas

e um copo vazio está
cheio de ar

30.7.08

o que[ela]me diz?

era uma carta de despedida,ela me disse
não tinha coragem de se despedir,ela me disse
e me deu essa carta sem dizer nada
e foi

28.7.08

azeite e pouco sal

aquela nossa foto em bariloche ,amarelou
aquele telefone que você me deu, falta um número
aquele japonês que a gente sempre ia agora é um mcdonalds
aquela gargalhada gostosa que a gente ria junto virou cara fechada
aquele garoto cabelo bagunçado e bicicleta vermelha que você se apaixonou agora está ficando careca,barrigudo:palitó e gravata
_aquela crença ingênua no amor,
agora é rotina e salada de alface

os amores que não tive coragem

I

avião.ele, uma menina bonita e uma senhora.pouco assunto.não se conheciam.se olharam. o avião turbulento:
- posso segurar a tua mão?
ela não respondeu nada.só levantou a mão espalmada.entrelaçaram os dedos.como os namorados fazem.viraram pra frente e não falaram mais nada até o fim da viagem.só as mãos entrelaçadas. de vez em quando um olhar na intercessão dos dois.o avião aterrisou.se olharam.ele quis dizer alguma coisa.ela também quis muito dizer algo.
- obrigado.tchau.
-de nada.tchau.
e voltaram.cada um pra sua vida.


II

- eles estavam tão bunitinhos de mãos dadas.eu acho que ele estava com medo e pediu pra segurar a mão dela. eles ficaram a viagem inteira sem falar nada e mãos dadas, que nem os namorados fazem.estavam tão lindos.nem se olhavam, mas pra mim estava claro que eles estavam querendo falar alguma coisa um com o outro.de vez em quando eles se olhavam. eu pensava: é agora, ele vai falar. e nada.depois desceram, ele agradeceu e foram embora. não entendi.
e era um casalzinho tão simpático.

os amores que eu não tive coragem

I

ela entrou no ônibus, me notou-não me olhou- só me notou - sentou numa cadeira atrás da minha. ela era uma morena bonita, pequena, rosto marcante, traços fortes.chiclete na boca.cara de surfistinha. gostei dela. olhei pra trás. ela tava me olhando e quando me viu virou a cabeça pra olhar o Aterro qua passava rápido. eu lia um livro e as vezes virava a cabeça pra trás pra olhar pra ela. fiz isso umas três vezes espaçadamente. ela não me olhou nenhuma das três.bom,não vai rolar-pensei e relaxei.fui ver também as luzes da praia de botafogo. sou daqui mas as vezes paro e fico olhando admirado a praia de botafogo.tantas luzes.a moreninha levantou e foi falar alguma coisa com o motorista, ja ia descer.enfim, o pensamentos rapidamente se voltaram pra quinta feira.outro dia de trabalho e coisas. tenho de acordar cedo pra resolver as coisas do carro. tenho que ligar pra net pra falar aquelas coisas, que saco.minha rua chegando,levantei e dei de cara com a moreninha.descemos no mesmo lugar. falei alguma coisa com ela que respondeu com um sorriso.convidei pra tomar um café e ela aceitou. ficamos conversando um tempão sobre essas coincidências da vida. sobre como as pessoas as vezes têm de se encontrar. e depois do café, pedimos outro. fumamos um cigarro. ficamos. beijamos muito. fomos pra minha casa. transamos a noite inteira. nos apaixonamos naquele mesmo dia e até hoje a gente vive junto.parece que a gente tinha de se conhecer.eu e a moreninha de traços fortes.
II
...
levantei e dei de cara com a moreninha, falei alguma coisa.ela seca e fria respondeu:não!
morávamos na mesma rua.ela ia na frente eu atrás.ela virava a cabeça pra trás pra me olhar.fez isso espaçadamente.o olhar dela me parecia mais de medo que outra coisa.eu fiquei pensando se eu ja a conhecia, se de repente a gente ja tinha se cruzdo por aqui.ela entrou num portão.subiu. continuei andando em direção a minha casa.na mesma rua.
III
...
levantei de dei de cara com a moreninha.ela me olhou num misto de surpresa e querência.se é pra falar alguma coisa que seja agora - pensei. não falei nada.ela desceu, eu desci atrás. a gente morava na mesma rua. ela caminhando na frente eu atrás.de vez em quando ela olhava pra trás com olhar de medo. pra não deixa-la com esse sentimento, atravessei a rua e fui pra outra calçada. ela entrou num prédio.subiu.eu continuei andando em direção a minha casa.
IV
- eu olhei pra ele e sei lá, senti uma coisa diferente. sentei atrás dele no ônibus.pra ficar perto. fiquei olhando pra nuca dele pensando: me olha!ele não olhava. teve uma hora que ele virou pra trás.me viu olhando pra ele. fiquei com vergonha. virei o rosto pra janela.fingi que tava olhando pro Aterro.pecebi que ele olhou pra trás mais umas vezes.espaçadamente.sou daqui mas as vezes paro e fico olhando admirada o Aterro.fiquei olhando e achando lindo.tantas luzes.e depois ele não olhou mais.não vai rolar-pensei.ele tava com a cabeça encostada na janela do ônibus, acho que tava lendo um livro também.Dalton Trevisan.depois fechou o livro e ficou olhando a praia com uma carinha. tava com uma vontade de falar isso pra ele.chegava meu ponto. levantei.ia descer já. ele veio na minha direção.parou atrás de mim.descemos no mesmo ponto.eu ia na frente ele atrás. olhei ainda umas vezes pra trás mas ele atravessou a rua.acho que a gente mora perto.entrei no meu prédio.ainda dei uma olhada praquele menino.da minha rua.

23.7.08

carência

não mais ser
"transparente"
to indo pra minha concha e
esse vomitar entra em recesso por
tempo indeterminado
_e tenho dito

.

22.7.08

angústia

nifanfianfqwinifn´biwdncv fw eqfiu q2c u2 feu2 vcuuru12 pbf1u 1up f upf fpwfhw8fjwken fjewfbufe2knfmwnfmiewnfienfihfiqwpndowqmfmmfqopmjfiqwnfinfinq2ignweuigbwgbq3pigpuifwiujbfweubggbj

fuewubfewui~nfoejwfi90fe0w fewin0ifeq09fwihafjmgbyewiufoejwq

aaaaaaaahhhhhhhhhhh
pronto, era isso que eu queria dizer!
deu pra ouvir aí?


porrada no teclado pra aliviar a tensão
e passa
.

flerte

olhemo-nos
olhar e não olhar
rir e não rir
o conflito é instigante, esse
querer mas fingir não querer.
não querer e fingir querer
é outra coisa:é sacanagem!

21.7.08

quemnãoquisersofrerqueseisole.fecheasportasdasuaalmaquantopossível'aluzdoconvívio
.fernandopessoa

desacelerando

pensopensopensopensopensopensopensopensopensopensopensopensopensopensopensopensope
penso
penso
penso
penso
pensopenso
pensopensopenso
pensopensopensopensopensopensopensopensopenso
penso
penso
pensopenso
penso
penso
pensopensopensopensopensopensopensopensopensopensopensopensopensopensopensopensope
penso
penso
penso
pensopensopenso
pensopensopensopensopenso
.e não chego a nenhuma conclusão
portanto penso
penso
pensopensopensopensopensopensopensopensopensopensopensopenso
pensopensopensopenso
pensopensopensopenso

20.7.08

dedo mindinho

+++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++
a eterna procura
...
o pior é que a gente procura mas não sabe o que
++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++
...
me restou a velha mania de sonhar
+++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++

pão de açúcar

~~~~~~~~~~~~~~~~


o mundo ainda acaba em saco plástico
de supermercado












~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

19.7.08

a improvisação que eu não fiz

capítuloI :era uma coisa lancinante que não ecoa mais aqui.

eles estão na casa dele.é inverno.quinze e quarenta e três marca o relógio digital.há sol. ela percebe que alguma coisa ali está diferente. ela está de blusa preta.cabelo preso e mochila nas costas.ela pensa algo mas não fala.
[...]
uma atriz:(pausa)e as cartas que você me escrevia?
um ator:(pausa)

capítuloII :faltava força pra desapegar, era isso.

eles estão na casa dele.acabaram de conversar e concluíram que não dá mais.é inverno. faz frio. doze graus.ela está de mochila nas costas. all star cano longo colorido. sente-se angustiada. ele pensa uma coisa mas não fala.
[...]
outra atriz:é melhor eu ir embora. é melhor...
o mesmo ator:(pausa)não! (depois de outra breve pausa) fica.

contrariando nãos

"




não se pode culpar o ignorante por isso
não se pode condenar o cara que não sabe que pode ser maior
não dá pra apontar o dedo na cara se ele não atenta:sim,as pessoas podem evoluir
não da pra entender o cara que tem todas as respostas
não da pra discutir se o cara acha que viver é só estar
não da pra fazer beicinho com o cara que ta cagando se a lua ta cheia
ãhn, lua cheia? - alguém pode dizer de testa franzida





.

não!

:
tem uma coisa soprando no meu ouvido:
não pode!
e quando se olha pro lado,
não pode!
de novo gritando sorrindo
[...]
não pode!
mas querer já é movimento
:

18.7.08

...................................................................
o caminho é mais lento pra uns
e esse percorrer cheio de descobertas,
cheio de olhares e anseios
angustias e por ques sem resposta
a viagem segue e o mar continua infinito e pequeno aqui
sabedoria é poder aproveitar a paisagem
ouro é tentar desvendar os segredos
do mar,aproveitando cada senão
..............................................................

17.7.08

mochila aberta e bicicleta

======================================
bateu um vento e levou pra cima a folha de papel
voou alto e longe...
num adianta tentar pegar
,e era a carta que ele tinha mais ternura
foi embora,
voou alto e longe...
ele seguiu pedalando em frente
======================================
ora




_33

16.7.08

um ator

era mentira tudo o que eu disse ontem
era mentira o que eu te falei antes de ontem
é mentira tudo que eu te falo a sós
mentira e todas as juras de amor
em mentira ou em verdade,sonho
é mentira, as coisas todas que.
é que fala aqui um pobre fingidor
pois bem,
levanta-te e anda, ator

amarela!

luz amarela.um abajur aceso presenciava aquela noite fria
ela tava lendo um conto do ecker olhando as estrelas
frio.era inverno
janela aberta.edredon e travesseiros
o telefone tocou no meio da madrugada
ela olhou o celular e não atendeu,colocou no modo silencioso
viu o telefone tocar insistentemente.
não pensou em mais nada. estava decidida.era aquele, o momento.
uma mensagem de texto no celular
ela quis ler,ficou curiosa: "não faz isso. você é maior! eu te amo!"
ela pensou parada durante uns quinze segundos
desceu lentamente da janela, olhou o abajur de luz amarela!
começou a chorar, fechou a janela e
tentou dormir mais uma vez

15.7.08

uma mala azul entrou na esteira

assim de repente um avião subiu.18:50.no auto falante aquela mulher com voz apropriada anuncia um novo voo.um senhor toma café sem açúcar.uma criança grita pela mãe. uma mãe corre gritando:aqui amor. um senhor tem dor de barriga e procura um banheiro. um outro senhor de bigode anda em direção a escada rolante, quer tomar um conhaque. uma menina de rosa procura uma banca,quer comprar um gibi.a dona de uma bomboniére no segundo piso reclama sozinha que o marido não a procura mais. o garçom do café mais caro do aeroporto reclama com a garçonete que não ganha boas gorjetas.uma garçonete ri e se ruboriza.três ou quatro meninas correm aflitas e com pressa,parece que tem algum ator de novela por ali.um homem de terno abre o laptop e reclama do ar condicionado. uma mulher pensa sozinha que tem de chegar lá e assinar logo aquela porra de contrato. uma família inteira está na fila pra comprar pão de queijo e mate,na promoção. um homem come uma coxinha sentado achando que todos estão olhando pra ele com ar de reprovação.um outro avião decolou.uma mala azul entrou na esteira.uma mala grande preta entrou na esteira, está aberta. um homem reclama com o funcionário de uma companhia aérea. um funcionário de uma companhia aérea explica que não pode fazer nada, atrasou em são paulo.um bebê acaba de ser feito na torre de controle. um acenssorista lê jornal entendiado. um comissário de bordo liga pra amante em recife. um piloto liga pra casa,ele quer falar com a filha. um senhor de família muito bem vestido passa no raio-x, ele treme de medo,tem dois comprimidos de escstasy no bolso. uma menina nos seus tenros dezessete anos sofre do mesmo medo.um menino chora por que tem muito medo de avião. um atendente da livraria indica um livro de auto ajuda no lugar do livro de poesia que o cliente pediu.uma mala azul entrou na esteira.uma senhora carrega no colo um bebê. um homem,33 anos pensa:a idade de cristo e ninguém me deu parabéns. uma mulher andando sozinha se pergunta o que está fazendo ali. um jovem pintor averigua se os pincéis estão bem acomodados na valise. um mulher bonita de óculos escuros francês anda com pressa, ela vai perder o avião e não sabe.um ator frustrado pensa que é melhor não pensar nisso.um avião aterrisa com problemas.quatro telefones celulares tocam ao mesmo tempo.um engenheiro recém formado pensa nas respostas pra entrevista. uma menina linda e um cara se despedem apaixonados. e tudo parou.um foco de luz. uma música de despedida.corações flutuavam.os dois no foco do mundo.era um tchau emocionado.lágrimas.olhos vermelhos.um toque no ombro dele e uma pergunta:dá licença, o senhor vai fazer o check in agora.a rotina transformou o silêncio.uma mala preta entrou na esteira. uma animada turma de asolescentes fazia algazarra na porta que abre sozinha.o casal se olhava com ternura.eles deram adeus.ela entrou pro embarque.ele foi pegar o elevador.na porta do elevador um homem chora sozinho com vergonha, de óculos escuros.uma menina pensa num cara.um cara pensa numa menina. uma outra menina pensa num outro cara.um outro cara pensa em outro cara.um outro cara não sabe em que pensar.e assim de repente um avião subiu.uma mala azul entrou na esteira.20:38.
_


um olhar lento, malicioso e quase infantil:
- acima ou abaixo do pulso, Clarice?

.hannibal lecter







.

14.7.08

é como se a gente desse um pause na vida
a imagem lá,congelada
o controle perto da lareira

um vento diferente.um inverno rigoroso.uma chuva mais forte.uma noite de tango.uma ponta de saudade.uma ponta.uma ligação perdida.sete ligações perdidas.a falta que faz lembrar. um jogo do grêmio no olímpico. aquela estrela só em fim de tarde.a lembrança de um domingo.o gosto de uma boemia gelada. aquela gargalhada mais mais.abraço de verdade. uma noite olhando a lua cheia.a vontade de galopar.sushi, hot e yaksoba.morder de olhos fechados.um butiquim e um sambinha. a vontade de uma segunda inteira em casa. dorme aí e fica com a chave. a sensação de puta que pariu, que bom!
.a vontade de um beijo


a imagem ainda ta lá no pause,
esperando qualquer coisa assim que me aperte o play

12.7.08

pseudo-conteúdo e achismos

_se surge interesse na minha barriga
ah, porra
não me interessa



e não me venha com papo de academia

10.7.08

Escrevo porque tenho uma necessidade inata de escrever! Escrevo porque sou incapaz de fazer um trabalho normal, como as outras pessoas. Escrevo porque quero ler livros como os que eu escrevo. Escrevo porque sinto raiva de todos vocês, sinto raiva de todo mundo. Escrevo porque adoro passar o dia sentado à mesa escrevendo. Escrevo porque só consigo participar da vida real quando a modifico. Escrevo porque quero que os outros, todos nós, o mundo inteiro, saibam que tipo de vida nós vivemos, e continuamos a viver, em Istambul, na Turquia. Escrevo porque adoro o cheiro do papel, da caneta e da tinta. Escrevo porque acredito na literatura, na arte do romance, mais do que em qualquer outra coisa. Escrevo porque é um hábito, uma paixão. Escrevo porque tenho medo de ser esquecido, porque gosto da glória e do interesse que a literatura traz. Escrevo para ficar só. Talvez escreva porque tenho a esperança de entender por que eu sinto tanta, tanta raiva de todos vocês, tanta, tanta raiva de todo mundo. Escrevo porque gosto de ser lido. Escrevo porque depois que começo um romance, um ensaio, uma página, sempre quero chegar ao fim. Escrevo porque todo mundo espera que eu escreva. Escrevo porque tenho uma crença infantil na imortalidade das bibliotecas, e na maneira como meus livros são dispostos na prateleira. Escrevo porque é animador transformar todas as belezas e riquezas da vida em palavras. Escrevo não para contar uma história, mas para compor uma história. Escrevo porque desejo escapar do presságio de que existe um lugar para onde preciso ir mas ao qual – como num sonho – nunca chego. Escrevo porque jamais consegui ser feliz. Escrevo para ser feliz.”


Orhan Pamuk (Discurso da cerimônia de entrega do Prêmio Nobel de Literatura 2007. Estocolmo, 2006. In: A maleta de meu pai. São Paulo: Companhia das Letras, 2007)

9.7.08

por cima das copas das árvores

_

seria mais simples dizer
tchau
seria mais facil dizer
um beijo
seria mais qualquer coisa
calar
mas eles ainda preferiam pular por cima das cópulas das árvores
andar na corda bamba sem a rede de salvação
gostavam da sensação de voar
e dançar de olhos fechados numa noite de lua cheia,
em silêncio


.

7.7.08

pseudo intimidade

1 e 2 estão na cozinha.fogão.agua fervendo
se conhecem pouco mas demonstram alguma (pseudo)intimidade


2: você tava com a blusa verde. decote bonito
1:acho que não.
2: é, não lembro direito. tem queijo?
1: tem, pegaí. (pausa)e tb te excita saber que tu me excita.
2: é exatamente isso.esse é o meu lance..te excitar me excita.vc entendeu exatamente o x da questão.
1:eu entendo...tb me excita saber disso.
2:o que?te excita saber q eu me excito sabendo q vc se excita comigo?(se rindo)muita excitação numa frase só.
(se riem.pausa)
1:gosto de saber que te excita, eu excitado
2:melhor assim
1:quer tomar café?tem leite também.quer?
2: pode ser
ele escrevia tudo assim
sem exclamação
sem sinal
muito menos ponto final

era apegado
era desassossegado
e ainda
não sabia falar não

tinha um monte de defeito
tinha um monte de gente que achava
tinha um monte de coisa que sabia fazer e
um monte que não sabia o á

vivia em exercicio de desapego continuado
mas sempre teve dificudades em colocar ponto final
nas frases

4.7.08

um marttini com a mulher dos meus sonhos

eu tava parado em frente a uma banca de jornal.era noite. eu tava com um sobretudo preto e uma camisa cinza de botão. não me pergunte porque estava vestido assim,não faço idéia. ja passavam das três da manhã, acho que tava frio, não lembro. uma mulher andando na escuridão.ela vestia um sobretudo e um chapéu que escondia o rosto.não era muito alta mas seu andar era extremamente sensual. se aproximou de mim e pediu um isqueiro.
- não, eu não fumo.
ela me olhou, deu uma risada maliciosa e contra argumentou:
- dá uma olhada no teu bolso esquerdo.
eu enfiei a mão no bolso e tirei um zippo. meio sem graça e sem entender direito o que tava acontecendo, acendi o cigarro da moça que rapidamente tirou o chapéu, balançou os cabelos como num filme em slow motion. fiquei hipnotizado. era simplsmente a natalie portman. ela me olhou dentro dos olhos.mordeu o labio inferior.
- quer tomar um marttini?
- eu não gosto de martini. - eu tava completamente atucanado mas de fato não sei por que falei que não gostava de marttini.
- gosta sim, prova!
do nada surgiu uma taça de marttini na mão dela. eu bebi e adorei.estranhei um pouco. ficamos bebendo e falando de coisas,falando de signos, ela me disse que era uma canceriana emotiva, que estava numa fase de carência e eu todo ouvidos.de repente ja estávamos na casa dela. uma casa com lareira, umas luzes amarelas, um cachorro pequeno e uma poltrona grande e confortável e várias taças de marttini espalhadas.
- peraí, como a gente veio parar aqui? eu...
ela me interrompeu colocando a pontinha do dedo na minha boca. chegou bem perto de mim e sussurrou shiiii.
- você gosta da minha peruca?
-que peruca? eu tava de cabeça baixa servindo mais uma taça de martini[ja tava meio bebado], e quando levantei vi que ela estava com a peruca rosa que ela usou no Closer. acho que me apaixonei na hora. ja pensava em partir pra cima dela com tudo.ainda tinha uma pontinha de confusão na minha cabeça que me freava os instintos. ela parece que leu meus pensamentos.me pegou pela cabeça, me deu um beijo daqueles de cinema, daqueles que quem está vendo de fora, sente até um calor. ficou passando a mão na minha cabeça de um jeito que eu adoro.começou a me beijar muito. eu fui me empolgando e também entrei naquele clima. apertei as costas dela, mordi o pescoço, ficava mordendo o lábio inferior dela. uma hora puxei o cabelo dela trazendo-a pra junto de mim, ela ajeitou seu corpo para que meu pau ficasse encaixadinho na buceta dela. ela pegou meu rosto com força e falou:- me pega forte!
eu peguei forte. bem forte.
[vou me reservar os detalhes mais específicos e vou logo pro final da história pra não causar constrangimentos]
.a gente tava na cama transando.aquela coisa meio feroz, meio carinhosa: suor e tesão. eu tava quase gozando...

- tatá, acorda. tu não vai querer ir no futebol? - o meu primo me acordando as oito da manhã.
eu ainda zonzo de sono, demorei uns bons três segundos pra entender que tudo aquilo era só um sonho.
- porra, pedro, eu tava sonhando com a natalie portman. tava quase...
[e tava mesmo]
meu primo riu,me ironizou com alguma piadinha e saiu. eu tentei dormir de novo,fechei os olhos, queria sonhar aquele sonho de novo, voltar ao ponto que tinha parado. queria ter aquela sensação de novo. juro que tentei. em vão. não consegui sonhar de novo. fiquei puto!
nunca mais sonhei com a natalie portman



acho que é isso: você é um puta sonho bom que eu quero sonhar de novo.
to aqui, tentando dormir,
pra talvez sonhar com você



3.7.08

estranho

/
estranho pensar em você
numa pequena redoma cercada de agua por todos os lados
estranho ter essa sensação de que
tudo ao redor cresce,arranha-céus e antenas da sky
estranho isso de imaginar
outro sotaque aqui e outro sotaque lá, naquele ouvido que era ô.
e mais prédios crescem]
estranho
pensar em tudo isso e ainda assim estar rindo
/
quanto mais prédios crescem]
aumenta essa distância,
que
cega, nem se dá conta que sobra

1.7.08

poema pra se apagar depois

ela mentiu pra mim
nunca disse que sim
ficou de falar
qualquer coisa, assim
mas na hora da verdade,
mentiu
me sorriu
andando de lado,
partiu
fiquei só
ali na garganta,
um nó.
de todas as loucuras dela
a que mais me tirava a fala:
ela
me fazia rir
e um segundo depois
disistir
de todas as loucuras dela a que mais me tirava o riso:
mentir
mas ela era uma coisa.
ela era uma
é.ela era
era





09795

não esqueça de limpar os pés

com quantos anos
algumas vezes
quantas perguntas
tantas respostas
meias verdades
quase metade
estar só e a vaidade
um sim sem maldade
seinceramente, entre e
fique 'a vontade
.
sempre querer e poder
sempre querer e não ter
ter porque ainda não quis
um querer que nunca me quis
querer e só dizer que queria
poder ter o querer e dizer sim
querer querer o que não pode ter, [e ainda assim
insistir em querer
.resistindo a razão


querer

eu?

Minha foto
to correndo.sempre pressa.meio atrasado.ligação perdida.olhar atento.desculpa o atraso.to indo embora.quer carona?aqui desse lado,aqui..assim mesmo.meu fluminense e meus desejos.um beijo do seu.eu aqui em qualquer lugar aqui, espaço pra vazão a idéias. ficção criando uma verdade pseudo pessoal. "eu quero uma verdade inventada"

leia me

outras divagações


[alter]ego marginal

quantas?

free counter