[esse mundo chato,do politicamente correto
mundo chato dos herois de plástico
mundo chato da maquiagem goela abaixo
mundo chato da magrelice ideal]
com a profusão de armas químicas e flores de plástico
vivemos o tempo do release man.um mundo editado.tudo é filtrado,coado,espremido
pra que a gente só veja o que os nossos olhos são capazes de enxergar.
em visita ao oculista aos dez, sei la, onze anos, eu queria por que queria,usar óculos.
não me pergunte a razão,eu queria.
depois de todos aqueles exames lisergicos-oftalmológicos, sentei junto da minha mãe olhando fixo o veredito do doutor.
-ta tudo ótimo,você não tem nada.
minha cara de decepção deve ter sido banderosa, porque num estalo ele disparou:
- mas vou te passar esse grau pequeno aqui só pra descanso. passar bem.
lá fui eu com meus óculos novos pra descanso.usei no maximo um mês,depois ficou esquecido.
o mundo editado não quer ver ninguém de óculos
não quer ninguém perguntando nada pelos cantos.
:
divagações concretas concretudes abstratas
e um copo vazio está
cheio de ar
cheio de ar
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eu?
- tatá.
- to correndo.sempre pressa.meio atrasado.ligação perdida.olhar atento.desculpa o atraso.to indo embora.quer carona?aqui desse lado,aqui..assim mesmo.meu fluminense e meus desejos.um beijo do seu.eu aqui em qualquer lugar aqui, espaço pra vazão a idéias. ficção criando uma verdade pseudo pessoal. "eu quero uma verdade inventada"
leia me
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