divagações concretas concretudes abstratas

e um copo vazio está
cheio de ar

6.10.09

um prazer que rubens mantinha e adorava era o de fumar um cigarro nas noites quentes.
colocava o cigarro na boca com destreza, encostava os cotovelo entre os dois vincos da janela,de modo que não o machucasse,pegava a mesma caixinha verde e preta, sacava um dos isqueiros e enfim, recostava todo o peso do corpo nos cotovelos e em apenas uma das pernas.e esxtasiava se com o delicioso cheiro do mar que um ventinho bom levava a+a copacabana inteira.



o dia realmente tinha sido cansativo e rubens não conseguia esconder a ansiedade pra chegar em casa.acordara as sete de manhã pra levar o filho menor na escola.teve problemas pra achar o papel aluminio pra embrulhar a maçã do lanche.a tarde, depois de ouvir uma bronca velada da diretora da escola,chega atrasado ao outro encontro.sem querer me alongar no dia agitado de rubens, te digo que o bicho pegou de verdade pra ele depois da hora do almoço.


sentou de frente pra televisão, arrastou uma pequena mesa de centro,procurou um negocio, olhou de relance a coleção de isqueiros que tinha.sim, ele colecionava isqueiros.de todas as cores,de todos os tamanhos, de todos os tipos.funcionando ou nao.novos ou não, não queria saber, queria ter isqueiros e só.se ajeitou na cadeira, colocou uma caixa verde e preta na mesa.abriu com calma e com certa reverência.lá estava o que agora podia melhorar o seu dia e seu humor.só aquela pequena caixinha verde e preta.





arroz, feijão, bife e batata frita, era o que ele gostava de comer.e como era bom matar a fome com arroz,feijão,bife e batata frita.infelizmente rubens só tinha como imaginar qualquer tipo de iguaria.ele tinha que sentar pra escrever o que realmente tinha acontecido de tão cansantivo após o almoço.achou chato ter de ter de escrever alguma coisa.foi rebelde e esqueceu isso.




na janela, ele fazia poesias lindas na cabeça
na janela, ele desenhava grande cidades na cabeça
na janela, ele sonhava sonhos impossíveis, mas sonhava
na janela, ele via um mundo com cheiro de mar
na janela,ele voava junto com os passarinhos






e lá estava ele,em seu ritual diario de pequeno prazer, dele consigo mesmo.fumava o cigarro de canto de boca e sentia a brisa.uma mulher do outro lado da rua,no predio de frente o olhou fundo. uma senhora gorda, fofinha, carinha de tia legal que a gente tem.vidrou o olhar nela.algum encanto que ele não conseguia classificar no seu próprio agádê. a senhora penteava com dificuldade um cabelo liso, surrado, enfeiado pela vida. ela tem um sorriso estranho de espanto.mas fica lá.olhando.e sendo olhada.rubens falava consigo mesmo como se consultasse o outro.do outro predio a senhora deus adeuzinho com a mão e sai a luz.


hipnotizado pelo sei la o que rubens desceu a escadaria de casa e saiu.de um telefone público ligou para nossa pediu que o ajudasse.


meu querido amigo,rubens
seu sonho é muito claro. você está com baixa auto estima.
grande abraço, amigo.
do seu amigo,
Dualcei Gullar
programa desabafe com dualcei
dualceigullar@radioccarioca.com.br


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Um comentário:

léo disse...

ah...
contos tb é!
muito legal

eu?

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to correndo.sempre pressa.meio atrasado.ligação perdida.olhar atento.desculpa o atraso.to indo embora.quer carona?aqui desse lado,aqui..assim mesmo.meu fluminense e meus desejos.um beijo do seu.eu aqui em qualquer lugar aqui, espaço pra vazão a idéias. ficção criando uma verdade pseudo pessoal. "eu quero uma verdade inventada"

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