e de repente a gente se olha as três da manhã,
som e gravações de cd no computador a lado, na cadeira ao lado. rodrigo entre cigarros, ipod, telefone, radio e musicas.
uma duvida me belisca: por que cortar todo esse papel?por que esse investimento de
grana,tempo,ideias,tesoura e fita crepe?por que?pra quem?quem é que lê?
as pessas vem pro baile pra dançar,pra se divertir, não vão gastar tempo prestando atenção em uma frase escrita num papel colado com fita crepe.
pois bem, eis o fato no ultimo baile paulista:
eu terminava de mijar e ouvi a seguinte cena.um cara relativamente bebado ao amigo lendo um papel colado no banheiro:
- com essa poesia aqui você come qualquer mulher.qualquer uma.lê isso aqui, vê se não é...
- deixa eu ver.(PAUSA)é verdade, come mesmo!
passei pelos dois, lavei as mãos e voltei com meu bloco-correio pro meio da pista.
era uma poesia minha.
saí do banheiro,sorriso pequeno,dever cumprido e perguntas respondidas.
porque a arte, querendo ou não, é isso:máximo esforço X minimo resultado.
e não vejo outro nome pra essa festa e é isso que a gente tenta fazer,
arte!
e o baile segue!
"...
e ai me entorpecer de você,
divagar sorrindo na névoa
desse ópio que é o teu beijo"
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