divagações concretas concretudes abstratas

e um copo vazio está
cheio de ar

28.9.16

re - lembranças 2

20.11.08




por que ela aos dez já deu
por que ela aos quinze ja tomou tiro e morreu por paixão doentia
por que aos sete o pai e a madastra,jogaram-na pela janela e negaram
por que aos vinte quatro ela casou e chamou a imprensa pra cobrir
por que aos trinta ela se entope de remédio e é isso mesmo
porque aos trinta e um ela faz duas cirgurgias plásticas, a neta uma
por que ela não teve educação. na porrada,resolve assim 
por que aos dezesete anos ela fazia o segundo aborto
por que ela nunca teve bom senso.dinheiro,resolve assim
por que ela perdeu o tio assassinado,chefe de milicia e vereador
por que um primo afegão morreu dormindo com cantigas de ninar
por que ela tava de saco cheio de trabalhar em loja 
por que o time dela nunca foi campeão de porra nenhuma
por que aos doze sentiu um puta prazer em matar um pombo
por que ela sempre quis uma estrela como animal de estimação
por que os países pra ela são só mapas e WAR aos desesseis anos
por que ela matou os avós e depois se arrependeu,mas acusou o namorado
por que ela namorou o menino que matou no cinema
por que ela matou um travesti e foi ao cinema
por que ela tem roupas dolce gabana,é uma mulher moderna, descolada e completamente integrada com a cultura pop.ela bebe dois ou três uísques.fuma cigarro todo dia,dois maços.tem uma amiga sincera.quando anda,tende levemente pra direita.tem mania de perseguição.
frequenta um clube de campo, um grande country clube.
ela tem esperança de ser feliz um dia

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to correndo.sempre pressa.meio atrasado.ligação perdida.olhar atento.desculpa o atraso.to indo embora.quer carona?aqui desse lado,aqui..assim mesmo.meu fluminense e meus desejos.um beijo do seu.eu aqui em qualquer lugar aqui, espaço pra vazão a idéias. ficção criando uma verdade pseudo pessoal. "eu quero uma verdade inventada"

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