divagações concretas concretudes abstratas

e um copo vazio está
cheio de ar

29.3.10

aquela hora em que tudo parece que vai dar errado.ansiedade berrando na orelha.inácio quase berrando também ja aqui.um canto apenas.mentir pra alugar:qual sua profissão?produtor de eventos.se falar que sou ator periga minha ficha cair!um mundo acabando.e outro se deliciando com o chegar no outono.tudo isso dentro de um daqueles negócios que eu não sei o nome que você agita e bem devagar a neve vai caindo de novo como se tudo estivesse calmo como papel picado no chão.

27.3.10

por que reduzir uma questão gigantesca a uma simples briguinha de gays e heteros
por que por essas bandas a gente não consegue enxergar nada que não tenha um Rótulo,
passivo
de olhos inesejosos.

uma boa leitura tb, uma
crônica incrível de fabrício carpinejar no excelente livro Canalha!


Pode me chamar de gay, não está me ofendendo. Pode me chamar de gay, é um elogio. Pode me chamar de gay, apesar de ser heterossexual, não me importo de ser confundido. Ser gay me favorece, me amplia, me liberta dos condicionamentos. Não é um julgamento, é uma referência. Pode me chamar de gay, não me sinto desaforado, não me sinto incomodado, não me sinto diminuído, não me sinto constrangido. Pode me chamar de gay, está dizendo que sou inteligente. Está dizendo que converso com ênfase. Está dizendo que sou sensível. Pode me chamar de gay. Está dizendo que me preocupo com os detalhes. Está dizendo que dou água para as samambaias. Está dizendo que me preocupo com a vaidade. Está dizendo que me preocupo com a verdade. Pode me chamar de gay. Está dizendo que guardo segredo. Está dizendo que me importo com as palavras que não foram ditas. Está dizendo que tenho senso de humor. Está dizendo que sou carente pelo futuro. Está dizendo que sei escolher as roupas. Pode me chamar de gay. Está dizendo que cuido do corpo, afino as cordas dos traços. Está dizendo que falo sobre sexo sem vergonha. Está dizendo que danço levantando os braços. Pode me chamar de gay. Está dizendo que choro sem o consolo dos lenços. Está dizendo que meus pesadelos passaram na infância. Está dizendo que dobro toalha de mesa como se fosse um pijama de seda. Pode me chamar de gay. Está dizendo que sou aberto e me livrei dos preconceitos. Está dizendo que posso andar de mãos dadas com os anéis. Está dizendo que assisto a um filme para me organizar no escuro. Pode me chamar de gay. Está dizendo que reinventei minha sexualidade, reinventei meus princípios, reinventei meu rosto de noite. Pode me chamar de gay. Está dizendo que não morri no ventre, na cor da íris, no castanho dos cílios. Pode me chamar de gay. Está dizendo que sou o melhor amigo da mulher, que aceno ao máximo no aeroporto, que chamo o táxi com grito. Pode me chamar de gay. Está dizendo que me importo com o sofrimento do outro, com a rejeição, com o medo do isolamento. Está dizendo que não tolero a omissão, a inveja, o rancor. Pode me chamar de gay. Está dizendo que vou esperar sua primeira garfada antes de comer. Está dizendo que não palito os dentes. Está dizendo que desabafo os sentimentos diante de um copo de vinho. Pode me chamar de gay. Está dizendo que sou generoso com as perdas, que não economizo elogios, que coleciono sapatos. Pode me chamar de gay. Está dizendo que sou educado, que sou espontâneo, que estou vivo para não me reprimir na hora de escrever. Pode me chamar de gay. Que seja bem alto. A fragilidade do vidro nasce da força e do ímpeto do fogo

trinta anos de detenção

registre_se e cumpra_se!

mas verdade mesmo,

de verdade

ninguém nunca vai saber!

26.3.10

tentando entender
pensando mudar
o mundo

e as tentativas
do não

subverter!
deve ser

15.3.10

o sonho começa a ser,realmente sonho depois que
a gente acorda. e
pede a ajuda da memória
pra editar.






:

11.3.10

poema piegas


o amor não tem limites
o amor não sabe do que você está falando
o amor não tem nada a declarar
o amor não te deve nada
o amor nasceu sabendo
o amor nunca é tarde pra aprender
o amor não respeita ninguém
o amor não ama ninguém
o amor não sabe fazer conta
o amor não sabe dividir
o amor não aprendeu a ler
o amor é atemporal
o amor nunca ouviu falar em ética
o amor também é mau
o amor passou fome criança
o amor foi feliz uma vez na infância
o amor está intacto desde que caiu no chão
o amor tem pára quedas
o amor reclama de dor nas costas




:

eu?

Minha foto
to correndo.sempre pressa.meio atrasado.ligação perdida.olhar atento.desculpa o atraso.to indo embora.quer carona?aqui desse lado,aqui..assim mesmo.meu fluminense e meus desejos.um beijo do seu.eu aqui em qualquer lugar aqui, espaço pra vazão a idéias. ficção criando uma verdade pseudo pessoal. "eu quero uma verdade inventada"

leia me

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[alter]ego marginal

quantas?

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