divagações concretas concretudes abstratas

e um copo vazio está
cheio de ar

27.2.09

diario da bordo
dia setenta e quatro por volta das oito da manhã

viu um bicho no banheiro,
pensou em matar
sentiu pena- inofensivo-pensou
voltou a dormir.
percebera a paz entre os seres
conviveram bem até o dia
quatrocentos e trinta e oito
apenas uma pisada despretensiosa



;

26.2.09

Privatizaram sua vida
Seu trabalho
Sua hora de amar
E seu direito de pensar.
É da empresa privada
O seu passo em frente
Seu pão e seu salário.
E agora não contente querem
Privatizar o conhecimento
A sabedoria
O pensamento
Que só à humanidade pertence
Brecht



;
diario de bordo
dia trezentos e vinte sete.por volta de quatro ou cinco

agora sabe o valor do papel toalha.


:

9.2.09

foto paula kossatz

do almoço
a mastigação é o segredo para uma boa alimentação





fome de dizer a primeira amenidade e rir no plural
fome da saudade,fome,
fome você.
garfo e faca,
fome,
aqui deitada,
fome
é pauzinho e molho shoyo,
fome tua perna pesando a minha,
o frio do teu ar condicionado,fome.
carne crua,sangrando fundo,fome.
devidamente,
mas ti gan do tu do a té a úl ti ma ponta,
fome.





:

7.2.09

dorme amor,dorme
(sabado pra quem é de sábado)


sem perceber me rio de mim,pensando em você,
de tu e de mim.
de repente teus maiores defeitos
me encantam.e olha que
sou o tipo chato, que implica discorda, quer saber detalhes,
quero o debate contigo
quero a troca, quero tua lingua,
tua saliva,tuas musicas,
teus poemas,tuas rugas
teu telefone,
me telefone as três pra dizer oi
te retorno as seis pra dizer:sonhei com você
dentro dos seus maiores abismos, minhas maiores voltas
recosta aqui.vou te fazer dormir e te olhar.velar teu sono em minhas pálpebras.
recosta aqui e dorme.
dorme amor,dorme
boa noite!


:

3.2.09

caos
o rito
a contra cultura
pobreza de
palhaço
uma cerimonia
não tem mais acento
ulisses guimarães
tony clifton
o helicoptero que caiu
agua gelada na cara
comida de cachorro pra gente grande
a fome de
ulisses guimaraes não tem mais acento
desorganização e também- foda se-
abolida a gravata,de uma vez por todas,
prova de que alguma coisa alheia a tudo está por vir
está

:

as primeira vez
ou crônicas de verão sem gaveta




é sempre a primeira vez, o todo dia
é o primeiro porre,inesquecível
a primeira vez que o cara entra no fla flu lotado e entende a grandiosidade disso
a primeira vez os aplausos do teatro e a sinceridade
a surpresa na primeira gozada,susto até
a primeira vez,a sensação de morder o mundo e rir de olhos latentes
a primeira vez, a risada entorpecida
a primeira vez, ela na minha porta
irresponsavelmente
como a rotatividade da praia em domingos de dezembro,
...
ainda ou mesmo assim,

o primeiro encanto te rever aqui,
todo dia
todo dia

:

eu?

Minha foto
to correndo.sempre pressa.meio atrasado.ligação perdida.olhar atento.desculpa o atraso.to indo embora.quer carona?aqui desse lado,aqui..assim mesmo.meu fluminense e meus desejos.um beijo do seu.eu aqui em qualquer lugar aqui, espaço pra vazão a idéias. ficção criando uma verdade pseudo pessoal. "eu quero uma verdade inventada"

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[alter]ego marginal

quantas?

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